A revitalização do Conjunto IAPI, no Bairro São Cristóvão, na Região Nordeste de Belo Horizonte, voltou a todo vapor e tem previsão para ficar pronta no dia do aniversário do local, em 1º de maio deste ano. O Sindicato do Comércio Varejista de Maquinismos, Ferragens, Tintas e Material de Construção de Belo Horizonte (Sindimaco), planeja fazer a inauguração com uma grande festa. As obras foram interrompidas em setembro do ano passado, pois as famílias dos prédios se recusaram a pagar o valor estabelecido para a contribuição na reforma, mas um acordo foi feito entre as partes.
“A situação está absolutamente regularizada. Fizemos um acordo com a comunidade que assumiu uma parcela total de R$ 50 mil”, afirma o idealizador do projeto e presidente Sindimaco, Júlio Gomes Ferreira. Para o retorno das obras, o presidente conseguiu mais recursos junto aos parceiros do projeto. “Conseguimos deixar os valores cerca de 40 % mais barato”, afirma.
A revitalização do IAPI, que está prevista no programa Adote um Bem Cultural, uma parceria entre Prefeitura de Belo Horizonte e a iniciativa privada para restaurar o patrimônio da cidade, foi paralisada em setembro do ano passado e ficou cerca de 70 dias parada. Um acordo foi feito entre as empresas responsáveis pelo projeto e os moradores, e o clima segue em paz. “A comunicação está excelente. Havia uma falha de comunicação entre eles (moradores) lá dentro, mas o projeto está caminhando para um grande desfecho”, diz Júlio Gomes Ferreira.
O sentimento do presidente do Sindimaco é compartilhada por Alexandre Álvaro Fleury, membro da associação de moradores do IAPI. “A aceitação está bacana. Sempre tem alguém que é contra, mas no modo geral a comunidade em si está muito satisfeita, pois é uma obra que vai valorizar o imóvel de cada um”, conta.
História
O IAPI foi construído pela prefeitura em parceria com o Instituto dos Industriários. A inauguração se deu no ano de 1947 e foi feita pelo então prefeito Juscelino Kubitscheck. Foi o primeiro empreendimento a usar blocos verticais na capital e trazia como novidade as pontes flutuantes, permitindo a circulação entre os edifícios. O projeto é do arquiteto White Lírio Martins. Em 2007, o conjunto foi tombado pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de BH.