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Estado de Minas

Tragédia no Anel Rodoviário completa um ano sem punição

Vítimas ainda aguardam por justiça


postado em 28/01/2012 06:00 / atualizado em 28/01/2012 06:57

 

Motorista da carreta ainda aguarda o julgamento em liberdade(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press - 28/1/11)
Motorista da carreta ainda aguarda o julgamento em liberdade (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press - 28/1/11)

 

O acidente que matou cinco pessoas e feriu 18 no Anel Rodoviário completa um ano neste sábado e o caminhoneiro responsável, Leonardo Faria Hilário, de 25 anos, continua em liberdade e sem previsão para ser julgado. Para os familiares das vítimas, os condenados até agora continuam sendo eles, que não conseguem superar as perdas e nem os traumas. O processo tramita no 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte e a Justiça depende da pronúncia do juiz Guilherme Queiróz Lacerda para mandar o motorista ao banco dos réus. O acusado continua em liberdade em Mundo Novo (MS).


O Ministério Público defende que Leonardo seja julgado por homicídios com dolo eventual, por considerar que ele não teve a intenção de matar, mas assumiu o risco de causar o acidente e provocar as mortes pela sua conduta. Leonardo dirigia uma carreta bitrem a 115km/h, transportando 40 toneladas de carga, e fazia manobras imprudentes. Laudo da perícia comprovou que a carreta estava a uma velocidade 50% acima do permitido no trecho.

De acordo com a assessoria de imprensa do Fórum Lafayette, já foram feitas duas audiências de instrução para interrogatórios do réu e de testemunhas. Atualmente, o processo está na fase de alegações finais. O motorista foi denunciado pelo Ministério Público por cinco homicídios dolosos e 20 tentativas de homicídio. No acidente, morreram Ana Flávia Miglioranca Gibosky, de 2 anos, Marcelo Ferreira dos Santos, de 12, a avó dele, Maria da Conceição dos Santos, de 60, Márcia Iasmine de Azeredo Villas Boas Sales, de 44, e Eduardo de Souza Oliveira, de 40. Ficaram feridos, além de Laura Gibosky, outras 11 pessoas. Leonardo Faria Hilário foi autuado em flagrante por homicídio doloso eventual e esteve preso por duas vezes, mas foi liberado e aguarda o julgamento em liberdade.

Dor


Para o servidor público Ricardo Wagner de Rodrigues Carvalho, de 45, pai de Laura Gibosky, de 4 anos, um ano depois da tragédia muito pouco foi feito. “Seja em relação ao motorista, seja em relação ao Anel Rodoviário. A redução de acidentes no ano passado foi mínima se comparado aos anos anteriores. Tomaram medidas paliativas e sem benefícios concretos”, disse Ricardo.

A sobrinha de 2 anos dele morreu e a filha Laura Gibosky passou 159 dias internada, sofreu traumatismo craniano, chegou a ser desenganada pelos médicos, passou por seis cirurgias e continua sem se movimentar ou falar, segundo o pai. “A família que tínhamos anteriormente, não temos mais, diante da perda de um ente querido e da situação da nossa filha. Não tem jeito de virar a página. É uma sequela que vamos levar para o resto da vida”, disse Ricardo. Para ele, o último ano foi de muita luta, reflexões e indignação.


Novos radares

A Polícia Militar Rodoviária (PMRv) informou que aumentaram de oito para 17 os radares no Anel Rodoviário, painéis informativos foram instalados e a fiscalização reforçada. A PMRv considera as medidas paliativas, até que sejam feitas obras de melhoria da via.
 


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