Em julho do ano que vem, a região da Pampulha será o centro das atenções da capital mineiraPorém, faltando pouco mais de um ano para a Copa das Confederações, evento teste da Fifa para a Copa do Mundo de 2014, o cenário no entorno da lagoa é desanimador quando o assunto é mobilidadeO trânsito está estrangulado e os bairros residenciais se transformaram em rota de passagem de milhares de carrosA explosão da frota de veículos em 100% nos últimos 10 anos é a causa, segundo especialistas, da insatisfação da maioria dos moradores dos 57 bairros e vilas da Pampulha.
O grande problema é que a população da região, que cresceu 31,3% na última década, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deve crescer ainda mais, o que significa mais veículos nas ruasDados da última Pesquisa do Mercado Imobiliário em BH, produzida pela Fundação Ipead/UFMG, divulgada na semana passada, mostram que dos 1.923 apartamentos ofertados na planta, em construção ou prontos para morar na capital, 16,74% estão na Pampulha.
Esse crescimento, segundo o consultor em transporte e trânsito Paulo Rogério Monteiro, será responsável por injetar mais carros e motos no trânsito da Pampulha, o que vai piorar ainda mais a situação dos gargalos da regiãoEle aponta três principais trechos responsáveis pelo estrangulamento de todo o entorno: a rotatória do Zoológico, a barragem da lagoa e o entroncamento da Cristiano Machado com a entrada do Bairro Primeiro de Maio“Todos que estão ao norte da lagoa precisam, obrigatoriamente, passar por esses três pontosFunciona como uma ampulheta onde tudo afunila para esses três locaisA consequência imediata desses gargalos é a sobrecarga nos bairros, que absorvem todo o tráfegoE não temos o movimento apenas de veículos da capital, mas de todas as cidades da Grande BH”, diz Monteiro.
Outro problema grave, segundo o especialista, é a ausência de vias transversais, aquelas que ligariam as grandes avenidas da região, como Antônio Carlos e Carlos Luz, próximas à lagoa“Com a ausência dessas ligações, sobra para os bairros o trânsito de passagem
O coordenador de vendas Julius Silva, de 46 anos, é morador do Bairro Santa Amélia e um dos motoristas que sofrem com o gargalo na avenida, que chega a parar nos horários de maior tráfego“Normalmente, da minha casa à lagoa, em condições normais, não gasto mais que cinco minutosNo pico, são no mínimo 20 minutos no mesmo percurso”, contaO administrador de empresas Maurício Ferreira, 46, mora no Bairro Palmares, Nordeste de BH, mas faz quase tudo na Pampulha“Já pensei em me mudar para essa região várias vezes, mas o trânsito é caóticoEssa é a única coisa que me impede de morar aqui”, afirma Maurício.