Jornal Estado de Minas

Policial suspeito de matar concunhado durante festa em Lavras diz que tiro foi acidental

Nesta quarta-feira, a polícia fez a reconstituição do crime. A versão do policial civil convenceu os delegados

João Henrique do Vale
A polícia realizou, na manhã desta quarta-feira, a reconstituição do crime de um homem morto por um policial civil durante uma festa em Lavras, na Região Sul de Minas
O suspeito do crime, o detetive Thiago Isac da Silva, de 46 anos, se entregou na tarde de terça-feira e disse que o tiro foi acidental“Ele apresentou a tese do disparo acidental e disse que não teve nenhum atrito com a pessoa que morreu.  A briga era com o outro homemAlegou, ainda, que a pessoa que morreu era amigo dele e também seu concunhado”, afirma o delegado regional de Lavras, Cléber Pevidor

Segundo testemunhas, o policial teve um desentendimento com um homem na festaApós a briga, o homem saiu da festa e Thiago foi atrás deleComo não encontrou, voltou para o salão para pedir informações para o concunhado, Ednaldo de Souza, de 41 anos, que era amigo da pessoa com quem ele havia se desentendidoComo Ednaldo se recusou a passar informações, o policial saiu do local e foi para o carro

Nesse momento, Ednaldo foi até o veículo, abriu a porta e se agachouEle tentou convencer o policial a deixar o atrito de lado e acabou atingido por um tiroDe acordo com o delegado Cléber Pevidor, Thiago alega que, durante a conversa, a arma disparou e acertou a vítima
“Ele disse que a arma estava na cintura, na parte das costasComo estava sentado, o objeto começou a incomodar e ele tentou mudá-la de lugarNesse momento, o concunhado tentou segurar a armaO policial puxou o objeto para trás e o dedo passou no gatilho e a arma disparou”, disse

Depois do crime, o policial fugiu do local em seu veículo, que foi abandonado em outro bairro da cidade“Como ficou desesperado, ele disse que saiu e deu voltas pelo bairroDurante o percurso, caiu em um buraco e o pneu furouNeste momento, continuou a fuga a pé e foi para a casa de um amigo em Varginha”, conta o delegado

O depoimento do policial convenceu o delegado“A versão dele está coerente com os depoimentos das testemunhas
Não houve atrito e nem discussão Não havia motivos para matar o concunhado”, revelouO inquérito será encerrado dentro de 30 dias, e depois será encaminhado à Justiça.