A nova configuração do metrô de Belo Horizonte começa a sair do papel. De acordo com o prefeito Marcio Lacerda (PSB) estão sendo feitos estudos geológicos para a construção da linha 3(Lagoinha-Savassi) na Avenida Afonso Pena, Região Centro-Sul. A avenida terá três das cinco estações, sendo uma próxima ao Palácio das Artes, outra na Praça Sete e a terceira na Praça Rio Branco (da Rodoviária). Toda a linha 3 é subterrânea. “Existem estudos geológicos em toda a cidade. Belo Horizonte está em uma região rochosa, mas favorável do ponto de vista da estabilidade do terreno”, garante o prefeito. As sondagens, segundo Lacerda, também estão avaliando as condições para construção de estacionamentos subterrâneos no centro da capital.
No dia 29 será lançado o edital para contratação dos projetos executivos das obras, depois do adiamento de um mês, que segundo Lacerda deve ser creditado ao governo federal. O prefeito informa também que o edital para a concessão das parcerias público-privadas (PPP), que executará as obras, será em dezembro. “Esperamos que as obras comecem no ano que vem. Para que todo o sistema fique pronto, o ideal são quatro anos, mas várias etapas podem ficar prontas antes disso”, aposta Lacerda.
Além da linha subterrânea Lagoinha-Savassi, a licitação vai incluir a modernização da linha 1 (Eldorado-Vilarinho) e da linha 2 (Barreiro-Calafate). De acordo com o prefeito, a linha 2 deve ser concluída antes, pois algumas obras já foram iniciadas, frutos de convênios anteriores. O custo total para as obras é de R$ 3 bilhões. Do total previsto, R$ 1,7 bi é da União, sendo que R$ 700 milhões desse total serão emprestados ao governo estadual. O restante, R$ 1,3 bilhão, será viabilizado pelo Governo de Minas, Prefeitura de Belo Horizonte e a empresa a ser contratada, através de concorrência na modalidade PPP. A capacidade de transporte será elevada de 180 mil para 800 mil passageiros por dia.
Estatuto novo O prefeito também destacou a necessidade de modernizar o estatuto da Trem Metropolitano S.A. (Metrominas). “Será a empresa que vai gerenciar a expansão do metrô na Região Metropolitana de Belo Horizonte”, afirma. Criada durante o governo de Eduardo Azeredo, por uma exigência do Banco Mundial, o órgão nunca existiu efetivamente. A Metrominas irá administrar as obras do metrô na Grande BH e fiscalizar as empresas que assumirem a operação das linhas, após a definição dos consórcios vencedores das PPPs. O secretário estadual de Transportes e Obras Públicas, Carlos Melles, diz que aguarda decisão do governador para criar a estrutura da Metrominas: “Existe, mas ainda não está funcionando”, alega.
A Metrominas tem participação do governo estadual (50%), Prefeitura de Belo Horizonte (35%) e Prefeitura de Contagem (15%). Melles é o presidente do conselho e nomeou o subsecretário da Setop, Fabrício Torres Sampaio como presidente da Metrominas, mas o secretário acredita que os nomes podem ser modificados de acordo com a vontade do governador.
Fora da Copa Segundo Lacerda, também está sendo feito um levantamento de linhas ferroviárias desativadas que podem ser utilizadas no transporte de massa. O prefeito ressaltou, mais uma vez, que as obras do metrô não fazem parte das melhorias previstas para a Copa’ 2014. A construção do metrô de Belo Horizonte foi iniciada na década de 80, pelo governo federal, aproveitando o traçado de antiga linha ferroviária, deixando o transporte de cargas em linhas paralelas. Após 25 anos do início de suas obras, o metrô de Belo Horizonte opera uma única linha, com uma extensão de 28 km, ligando a Região Oeste (Bairro Eldorado, em Contagem) à Região Norte, no Bairro Vilarinho, em Venda Nova.