Jornal Estado de Minas

Promotor relata situação precária do Presídio de Lavras

"Não tem estrutura de nada. Isso aqui é um casarão", afirma o promotor. Ele teme uma rebelião na unidade prisional

Luana Cruz
Depois que um advogado de Lavras, no Sul de Minas, entrou com pedido de habeas corpus coletivo para 248 presos do presídio da cidade, a precariedade dessa unidade prisional não é mais segredo
A cadeia, com capacidade para 116 detentos, abriga duas vezes mais esse númeroNa segunda-feira, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais deu um prazo de 10 dias para a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) se manifestar sobre o casoA Seds disse que ainda não foi notificada sobre essa decisão.

O promotor responsável pela execução penal na cidade, Wesley Leite Vaz, acompanha há cerca de um ano a situação dos albergadosEle afirma que o local, tratado como presídio estadual, é apenas um “cadeião”Temendo uma rebelião, o Ministério Público propôs, em 2008, uma Ação Civil Pública pedindo interdição da unidadeO processo ainda não foi julgadoSegundo o promotor, a realocação dos presos será muito trabalhosa caso seja determinado o fechamento do presídio

“A situação está se agravando, só crescendo o número de presosTem gente aqui condenado a 20 anos e que deveria estar em penitenciária”De a cordo com Vaz, no mesmo pavilhão, há condenados, criminosos em prisão preventiva e até pessoas detidas por falta de pagamento de pensão alimentícia


O promotor acredita que a interdição é a solução para o presídio e declarou que o Ministério Público já fez sua parte com a ação de 2008 e com a tentativa de orientar detentos para mantê-los calmosVaz disse que conversa e até negocia com presos alguns benefícios na execução da pena para conter qualquer movimento de revoltaMas, a questão estrutural segundo o promotor, está tornando o local um barril de pólvora“Não tem estrutura de nadaIsso aqui é um casarão”, conclui