Escola Caio Nelson de Sena fica ao lado de um barranco e teve sua estrutura comprometida durante as chuvas - Foto: Daniel Silveira/D.A.Press

 

O início do ano letivo é incerto para cerca de 600 crianças e adolescentes matriculados na Escola Estadual Caio Nelson de Sena, no Bairro Caiçara, Região Noroeste de Belo HorizonteUma semana antes do início previsto das aulas, o prédio foi interditado sob risco de desabamentoNesta terça-feira, foi definida a transferência de todos os alunos para a Escola Estadual Odilon Behrens, localizada no Bairro Coração Eucarístico, também na Região Noroeste da capitalEntretanto, a data para o início das aulas não foi marcadaA expectativa é de que comece ainda em fevereiro.

Cartazes afixados nos portões da escola não esclareciam o motivo da suspensão das aulas - Foto: Daniel Silveira/D.A.Press A escola está localizada na Rua Engenho de Dentro, 887, a dois quarteirões de onde, no dia 2 de janeiro, um prédio de dois blocos desabou, matando uma pessoa e ferindo outraDe acordo com a Secretaria de Estado da Educação (SEE-MG), a vistoria no prédio, realizada pelo Departamento de Obras Públicas do Estado de Minas Gerais (Deop), ocorreu nos últimos dias de janeiroForam constatados danos estruturais no imóvel que colocavam em risco a segurança dos alunos“Só pregaram um papel no portão da escola e colocaram a informação no site da secretaria”, reclama a doméstica Rosângela Ferreira Martins, de 53 anosEla tem uma filha de 12 anos, que ingressa no 6º ano do Ensino Fundamental e foi surpreendida com o atraso na volta às aulas

A transferência dos alunos para a escola do Bairro vizinho só foi decidida na tarde desta terça-feira, após reunião entre os diretores das escolas e representantes da SEE-MGDe acordo com a Secretaria, foram disponibilizadas 10 salas da Escola Odilon Behrens, localizada na Rua Cõnego Felício, 84, para os alunos da Escola Caio Nelson

Para receber os alunos, a Odilon precisará passar por algumas intervenções de infraestruturaSegundo a SEE, as obras de adequação necessárias terão início ainda nesta semanaA previsão é de que as aulas dos estudantes da Escola Estadual Caio Nelson tenham início até a última semana de fevereiro.

Confira galeria com algumas imagens da escola interditada

“Eles tinham que conseguir uma escola mais pertoMas, pelo menos vão garantir as aulas”, avalia a dona de casa Luciene Lopes de Oliveira, de 38 anos, mãe de duas adolescentes matriculadas na Escola Caio NelsonA apreensão dela é ainda maior por causa da filha mais velha, de 14 anosEla deveria ingressar no Ensino Médio, mas a interdição da escola prejudicou a matrículaA adolescente deveria ser submetida a uma prova de recuperação, que seria aplicada no começo das aulasCaso aprovada, seria matriculada em uma escola que oferece o Ensino Médio “A gente vai lá na escola e ninguém atendeAté hoje não consegui nenhuma informação e não sei o que vai ser da minha filha”, reclama.

A Secretaria de Educação garantiu que será oferecido transporte para os estudantes da Caio Nelson até a Odilon Behrens, caso a necessidade seja detectadaO órgão afirmou ainda que o ano letivo dos estudantes não será prejudicado devido ao atraso no início das aulasDeverá ser organizado um calendário de reposição para que os alunos cumpram os 200 dias letivos e 800 horas/aula determinados pela legislação.

A escolha da Escola Odilon Behrens para receber os alunos da escola interditada foi definida, segundo a Secretaria, por reunir as melhores condiçõesDurante a última semana, a Superintendência Regional de Ensino Metropolitana B fez uma pesquisa em imóveis particulares e públicos da região para identificar a melhor opção.

Futuro incerto

A interdição da Escola Caio Nelson de Sena, que oferece o Ensino Fundamental do 1º ao 9º ano, foi realizada de forma imediata e em caráter preventivo após os engenheiros do Departamento de Obras Públicas do Estado de Minas Gerais (Deop) constatarem problemas estruturais e algumas trincas no prédioSegundo a Secretaria de Educação, os problemas só foram identificados pela direção da escola no fim de janeiro, por isso a vistoria foi realizada às vésperas do início das aulas.

Ainda segundo a Secretaria, ainda são realizados estudos para identificar as possibilidades de recuperação do prédio e, por isso, não se sabe até quando os alunos deverão estudar na Escola Odilon Behrens.