“Não podemos nos descuidar”, avisou o secretário de Saúde de BH, Marcelo Gouvêa Teixeira “Este é o período mais favorável para a reprodução do Aedes, com pancadas de chuva e muito calorMeio milímetro de lâmina d’água já é suficiente para que o mosquito se reproduza”, acrescentouNas três primeiras semanas de janeiro, 1,5 mil agentes de combate a endemias percorreram 34.320 imóveis nas nove regionais de BHDos 489 bairros visitados, somente 42 estão na faixa considerada de baixo riscoOutros 315 (64,4%) estão no nível médio e 132 (27%) se enquadram no alto risco.
A situação é pior na Região Leste, sobretudo nos bairros Pompeia, Esplanada, Vila Nossa Senhora do Rosário e Vila São RafaelNesses locais, o índice de infestação chega a 7,99%, percentual considerado altíssimo
A transmissão da dengue é influenciada pela ocorrência de chuva e temperaturas elevadas e, por essa razão, a Secretaria de Saúde admite que espera um aumento do número de casos da doença até o fim de maioDas 948 notificações em BH em janeiro, 522 ainda estão pendentesHouve maior número de registros nas regiões Norte (169), Leste (152) e Venda Nova (125)Na Região do Barreiro, seis casos foram confirmadosVenda Nova, Norte e Oeste e registraram cinco casos cada
Ações
A professora do Departamento de Microbiologia da UFMG Erna Kroon alerta que a guerra à dengue é difícil de ser vencida e cobra iniciativas por parte de moradores e da prefeitura
O secretário de Saúde de BH informou que o chamado plano de contingência assistencial inclui um programa de capacitação e ativação progressiva de leitos para internação, além de novos serviços para atendimento à populaçãoEstão previstas quatro fases, que serão implantadas conforme a demanda“A secretaria executa durante todo o ano ações de prevenção e controle da dengueHá assistência aos pacientes, combate ao vetor, mutirões de limpeza e mobilização social”, disse Marcelo TeixeiraNo ano passado, por exemplo, foram feitos 193 mutirões, nos quais foram recolhidas 1.823 toneladas de lixo e 4.507 pneus
A secretaria destacou ainda, como ação de prevenção, a entrada forçada em imóveis fechados em que os agentes de combate a endemias (ACEs) não conseguem acessoNesse caso, o proprietário recebe multa de R$ 7.251A prefeitura também faz a limpeza de lotes vagos que representam risco de desenvolverem criadouros do mosquitoPara isso, a multa é de R$ 908,28“As pessoas conhecem os cuidadosTransformar informação em atitude é o maior desafio que a gente tem”, reconheceu Teixeira.
Palavra de especialista
Carlos Starling, Infectologista
Mais casos a partir de março
“A preocupação maior com a dengue deverá se concentrar em março, depois do carnavalAté agora, existe um número muito alto de mosquitos em circulação, mas que não se reflete em aumento do número de casos, porque o Aedes aegypti não tem contato com as pessoas infectadasDepois do carnaval, porém, o fluxo migratório vai aumentar e mais pessoas vão voltar para casa com a doença incubada ou na fase inicialComo é grande a quantidade de mosquitos circulando nesta época do ano, depois da temporada de chuvas, o risco de infestação será ainda maiorPor enquanto, temos de ficar atentos ao combate ao mosquito da dengue.”