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Estado de Minas

Fumec pode penalizar alunos idealizadores de festa em frente à universidade

A instituição chegou a propor a instalação de câmeras de vigilância na rua. Se dispôs a aplicar penalidades administrativas previstas no seu estatuto, como advertência, suspensão e até expulsão


postado em 10/02/2012 21:00 / atualizado em 10/02/2012 21:09

A PM ocupou no início da manhã desta sexta-feira a Rua Cobre, no Bairro Cruzeiro(foto: Marcos Vieira/EM DA Press)
A PM ocupou no início da manhã desta sexta-feira a Rua Cobre, no Bairro Cruzeiro (foto: Marcos Vieira/EM DA Press)

Ao contrário dos foliões, quem ocupou nesta sexta-feira a Rua Cobre, no Bairro Cruzeiro, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, foi um batalhão de policiais militares para impedir a Cobre Folia 2012, evento agendado pela internet e que não tinha licenciamento da prefeitura e dos órgãos de segurança.

A festa estava prevista para começar às 17h30, mas militares de várias unidades da capital começaram a chegar ainda de madrugada. Fiscais da prefeitura impediram a presença de ambulantes e a instalação de banheiros químicos. A única concentração permitida foi de alunos na entrada da faculdade Fumec, mas vigiados o tempo todo. A tranquilidade foi tanta que um professor de mecânica de solo levou sua turma de engenharia ambiental para a rua, onde estudaram o solo de um barranco.

O comandante do 22º Batalhão da PM, tenente-coronel Luiz José Francisco Filho, disse a operação foi para impedir a concentração de pessoas de forma desorganizada e contou com apoio de PMs da Cavalaria e Batalhão de Polícia de Evento. Quarta-feira houve reunião do Ministério Público com a PM, Fumec, prefeitura, moradores e comerciantes da Rua Cobre, quando traçaram estratégias para impedir a festa que, em edições anteriores, trouxe transtorno para todos.

No encontro, a Fumec chegou a propor a instalação de câmeras de vigilância na rua e requisitar da Promotoria de Combate aos Crimes Cibernéticos a instauração de procedimento investigatório, para identificar os idealizadores do evento clandestino. A Fumec também se dispôs a aplicar penalidades administrativas previstas no seu estatuto, como advertência, suspensão e até expulsão, caso houvesse envolvimento de seus alunos.

O gerente de fiscalização e licenciamento da Regional Centro-Sul da prefeitura, William Nogueira, manteve uma equipe de fiscais o tempo todo na rua, para impedir o comércio ambulante, principalmente de bebidas, e outras infrações ao Código de Posturas, como perturbação do sossego, como uso de aparelhos de som, e prática de crimes de contravenção penal.


A aposentada Maria José Fernandes, de 68, mora em um prédio em frente e considera a festa uma tortura. Ela conta que no ano passado o seu filho precisou da ajuda da PM para entrar com o carro na garagem, voltando do trabalho, pois as pessoas impediam a passagem e subiam no veículo. "Barulho demais, música extremamente alta. Eles fazem de tudo. Falam palavrões, usam a rua como banheiro, fazem sexo em público. É muito chocante", disse a aposentada.

A professora da Fumec Janaína Kizzi, de 32, reclama que o barulho da festa tira a atenção dos seus alunos e muitos abandonam a sala para ir para a rua. "Eles fazem de tudo. Depois da festa, a rua fica tomada de preservativos usados", disse a professora. Aluno de administração de empresas, Eduardo Henrique Silveira, de 20, da turma da noite, já foi para a Fumec preparado para a festa. "Fiquei decepcionado. Só deu polícia", disse. Donos de bares da Rua Cobre também repudiaram a festa e decidiram fechar as portas ontem.


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