Como será amanhã? Responda quem puder… Quem dançou e cantou, na noite de ontem, ao som do Monobloco, nem precisava esperar pelo dia seguinte para ter a resposta, como pede o verso do samba. Já estava tudo ali: alegria e vibração. O importante era curtir a percussão eletrizante da banda carioca, na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, e se preparar de corpo e alma para o carnaval que vem aí. De acordo com os organizadores, mais de 10 mil pessoas passaram pelo espaço público desde o meio-dia, quando a festa teve início com DJ’s de música eletrônica. Inclusive, segundo o 1º Batalhão da Polícia Militar, foi preciso destinar reforço para a praça, por causa do grande número de foliões. Embora os canteiros estivessem protegidos com grades, o público se espalhou pela área pisoteando o gramado.
Os shows fizeram parte do Concurso Mineiro de Marchinhas de Carnaval. Gente de todas as gerações, principalmente jovens, tomou conta da praça. Tinha garotas vestidas de chapeuzinho vermelho, garotões de peruca loura e camisola da vovó, diabinhas de chifre e cervejinha na mão e princesas dispostas a mostrar que Minas dá samba. E do bom. Com uma tiara prateada e algumas pedrinhas coloridas, a estudante Laís Guerra, de 24 anos, moradora do Bairro Cidade Nova, Região Nordeste, curtiu as músicas e disse que pôs o enfeite para dar um clima especial. Ao lado de amigos, Laís acompanhou o samba de Dudu Nobre (O Amanhã) e outros sucessos.
Perto dali, a enfermeira Carolina Rodrigues, de 23, moradora do Centro, mostrou que é impossível ficar sem balançar o corpo quando o Monobloco toca. “Não dá para ficar parado. O som deles é impressionante”, garantiu a jovem, que foi de peruca colorida. Ao lado, a amiga Ive Souza, enfermeira, brincou de máscara como uma legítima súdita do Rei Momo. “É a primeira vez que vejo um show deles ao vivo. Passei o dia ouvindo as músicas para ficar bem animada”, afirmou. Recém-chegado do Vale do Jequitinhonha, o estudante Eduardo Leal, de 17, fez a sua estreia em espetáculo do Monobloco e se esbaldou no meio da multidão.
Oficina
Formado há 12 anos e composto por 19 músicos, o Monobloco está em ritmo total de folia, segundo um dos seus maestros, Celso Alvim. Na noite de sábado, a banda animou o Baile do Havaí, em Manaus (AM) e amanhã vai ministrar uma oficina de percussão para 50 jovens em Belo Horizonte, dentro do programa PlugMinas – Centro de Formação e Experimentação Digital, do governo de Minas. Alvim falou da emoção de tocar, pela primeira vez, num espaço aberto da capital e destacou que, independentemente de ser pré-carnavalesco ou não, a energia entre a banda e a plateia é sempre muito forte.
Samba, forró, maracatu, rock e outros ritmos levaram a multidão ao delírio, desde as 18h30, quando o show começou. O enredo do Salgueiro de 1993 – “Explode coração/na maior felicidade/é lindo meu Salgueiro/contagiando e sacudindo essa cidade” – elevou a temperatura, seguindo-se os gritos de Monobloco. “Estou aqui desde as 13h30 e valeu a pena esperar pelo show. Essa turma é realmente muito boa”, afirmou uma foliona mascarada, de peruca e jogando charme entre confetes e serpentinas.