Jornal Estado de Minas

Julgamento de membro do Bando da Degola é adiado pela terceira vez

Defesa alegou que precisa analisar um laudo da Polícia Civil anexado ao processo na terça-feira. Julgamento foi remarcado para 10 de maio.

Cristiane Silva Guilherme Paranaiba Luana Cruz
O julgamento de Arlindo Soares Lobo, acusado de integrar o Bando da Degola, foi adiado pela terceira vez
O júri popular estava marcado para esta quarta-feira, mas o advogado do estudante de Direito, Marco Antônio Siqueira, informou que na terça-feira foi anexado um laudo pericial da Polícia Civil aos autos do processo, o que o impediria de fazer a defesa sem conhecer o conteúdo do documentoAssim, o julgamento foi remarcado para 10 de maio

O promotor Francisco Santiago disse estar “indignado” com a decisão, e acredita que o adiamento é uma manobra da defesa para tentar absolver o réuArlindo Soares é acusado de envolvimento na morte e decapitação de dois empresários no Bairro Sion, Região Centro-Sul de Belo HorizonteO crime aconteceu em abril de 2010 e no ano passado um dos oito acusados, o ex-cabo da Polícia Militar Renato Mozer, foi condenado a 59 anos de prisão em regime fechado.

Mais cedo, Marco Antônio Siqueira, disse que acredita que o cliente vai falar tudo que aconteceu e deve pagar pelos crimes que cometeuO defensor está convicto de que Arlindo não foi responsável pelos homicídiosDisse que o réu participou da trama criminosa sob coaçãoSiqueira ainda disse que Arlindo pode denunciar, em depoimento no júri, a participação de mais pessoas no crime

Segundo o inquérito da Polícia Civil, a trama macabra do crime começou no dia 7 de abril com a captura e tortura de RayderO empresário foi extorquido e ameaçado no apartamento
As mortes dele e do sócio aconteceram no dia 9Depois de matar as vítimas, integrantes do bando teriam cortado dedos e cabeças deles, para dificultar a identificação

O estudante Arlindo Lobo foi pronunciado por homicídio qualificado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilhaNa época do crime, ele cursava DireitoHoje está detido no Presídio São Joaquim de Bicas IIDurante a fase de instrução e julgamento do processo Arlindo afirmou no tribunal que foi contratado como motorista de Frederico Flores, líder do Bando da DegolaArlindo teria transportado os corpos das vítimas no dia dos homicídiosEle confessou que esteve no apartamento no dia do assassinato dos empresáriosPorém, Arlindo negou a participação no crime

O líder do Bando da Degola Frederico Flores está preso
Na mesma situação, estão os cabos da PM Renato Mozer, já condenado, e André Bartolomeu que ainda aguarda o júriO garçom Adrian Grigorcea também está detido aguardando a JustiçaA médica Gabriela Costa, o advogado Luiz Astolfo e o pastor evangélico Sidney Beijamin respondem o processo em liberdade

(Com informações de Iana Coimbra - TV Alterosa)