Jornal Estado de Minas

Depois de cirurgia, Pedro Arthur recebe alta e volta a Belo Horizonte nesta sexta-feira

Volta a Belo Horizonte, nesta sexta-feira, o menino Pedro Arthur Diniz, de 8 anos, que virou símbolo da luta contra a meningite no Brasil
Ele receberá alta do Hospital Albert Einstein em São Paulo, onde fez uma cirurgia inédita na América do Sul de implantação de marcapasso diafragmático, e deve chegar à cidade na parte da tardeA cirurgia, realizada há um mês, foi custeada pelo governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), a partir de uma decisão judicial

O equipamento vai possibilitar que o menino respire sem ajuda de aparelhos, dos quais dependia desde 2004, quando contraiu uma meningite bacteriana pneumocócicaO caso é considerado raro pelo fato de a bactéria causadora da meningite ter danificado a medula espinhal sem afetar o cérebroComo sequela, ele sofreu paralisia dos membros (tetraplegia) e do diafragma, mas as funções cognitivas não foram prejudicadasO menino, então, passou a respirar por traqueostomia – em que um tubo é atravessado em sua traqueia e conectado a um equipamento respirador –, que foi removida com a cirurgia.

O cirurgião Rodrigo Sardenberg explica que foi implantado um dispositivo em cada lado do tórax a fim de estimular o funcionamento do diafragma, que é o principal músculo da respiração“O condicionamento será progressivo, porque Pedro Arthur está nessas condições há sete anosNeste começo, vamos ligar o marcapasso por 15 minutos, todos os diasDepois passaremos para 30 minutos e assim por dianteEsperamos que ele possa, entre quatro e seis meses, estar fora do ventilador 24 horas por dia.”

O custo da cirurgia é R$ 500 mil e ela ainda não é disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
A família de Pedro Arthur recorreu ao governo de Minas para realizar a operação, mas o pedido foi negado pela SES-MG, o que levou o advogado dos pais do menino a mover uma ação contra o órgãoEm outubro, a ação foi deferida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e, com a decisão, o governo firmou um acordo com a família, em novembro.