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Estado de Minas

Dois presídios da Grande BH são proibidos de receber presos por causa da superlotação

Neste ano, a Justiça já havia proibido o Estado de Minas Gerais de enviar presos para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Gameleira


postado em 24/02/2012 15:43 / atualizado em 24/02/2012 16:13

Presos improvisam redes no teto das celas para conseguirem dormir(foto: Ministério Público/Divulgação)
Presos improvisam redes no teto das celas para conseguirem dormir (foto: Ministério Público/Divulgação)
 

Mais uma decisão da Justiça está colocando em xeque a situação dos presídios e cadeias de Minas Gerais. Depois proibir o envio de presos para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Gameleira, agora dois presídios de São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, também não poderão receber mais detentos.

A juíza Patrícia Narciso Alvarenga do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) concedeu nessa quinta-feira uma liminar proibindo o encaminhamento de presos para os dois sistemas carcerários e determinou a imediata transferência de detentos dos locais. Caso o Estado de Minas Gerais não acate a determinação, terá de pagar multa diária no valor de R$ 80 mil.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) entrou com uma Ação Civil Pública (ACP) após detectar a superlotação de presos nos dois presídios. Em um deles, o Bicas I, a capacidade é de 820 detentos e, no início deste ano, já comportava 1,9 mil . Já o Bicas II é planejado para 754 presos, porém abriga 1.552 encarcerados. “É uma situação insalubre. Os presos não têm lugar para dormir. Cada um deles tem menos de um metro quadrado dentro das celas para passar o dia inteiro. Imagina o que eles têm fazer para dormir”, afirma o promotor Hugo Barros de Moura Lima, que visitou os dois locais. Segundo ele, os detentos improvisaram redes dentro da cela para passarem a noite.

Na ação, o promotor comprova a péssima condições vividas pelos detentos dentro das celas. Em uma carceragem capaz de alojar oito presos, atualmente estão de 20 a 25 detentos, mais do que o dobro da capacidade permitida. “Temos também um problema ambiental no local, pois o tratamento de esgoto dos presídios tem capacidade para um certo número de presos. Como está acima da lotação máxima, o esgoto deságua no Rio Paraopeba”, disse Hugo Barros. O número de agentes penitenciários do local também preocupa. “Os agentes são contratados pelo número da capacidade máxima e por isso não há pessoal suficiente para tomar conta dos detentos. Um risco durante um motim é evidente”, explica o promotor.

Em nota, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) afirma que já solicitou à Advocacia-Geral do Estado a adoção das medidas judiciais cabíveis e aguardará a manifestação do Tribunal de Justiça acerca do Recurso a ser interposto nas próximas horas. Disse ainda que, como em toda decisão judicial, a liminar em questão será integralmente cumprida.

O Ceresp Gameleira já estava proibido de receber presos até que chegue a sua lotação máxima(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press - 19/04/2009)
O Ceresp Gameleira já estava proibido de receber presos até que chegue a sua lotação máxima (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press - 19/04/2009)


Cadeias cheias

Na semana passada, a Justiça determinou que o Ceresp Gameleira não receba mais presos, também devido à superlotação. Estabelecida por meio de liminar, a decisão prevê que a unidade só tenha novos detentos depois de sanado o problema. Caso seja descumprida a ordem judicial, o estado deverá pagar multa diária no valor de R$ 80 mil. A Seds confirmou o recebimento da notificação e afirmou que desde o dia da decisão o local já não recebe novos detentos.

No Sul de Minas, um problema de excesso de presos também motivou ação judicial em Lavras. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) pediu à Secretaria de Estado de Defesa Social que preste informações sobre a situação do presídio da cidade, que também abriga presos acima de sua capacidade. Um advogado entrou com um pedido de habeas corpus para liberar todos os 248 detentos da unidade, o que foi negado num primeiro momento.

No pedido, o advogado criminalista Luiz Henrique Fernandes Santana relatava a situação precária do presídio, afirmando que em algumas celas os presos têm de se revezar para dormir.

A Seds informou que já foi notificada e que a decisão está em análise no setor jurídico do órgão.


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