Em Sete Lagoas, os dados revelam que o número de crimes violentos passou de 600, em 2010, para 790, no ano passado, enquanto os homicídios, no mesmo período, foram de 39 para 60Para a vice-presidente do Conselho Municipal de Defesa Social, Maria das Graças Mendes de Almeida, a sensação de insegurança na cidade vem crescendo nos últimos anosSegundo um levantamento feito pelo conselho há quatro anos, muitos dos crimes são praticados por pessoas de outras cidades“Com a proximidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, muitos criminosos viram a facilidade de vir até Sete Lagoas, praticarem seus crimes e fugirem impunes”, lamenta Graça.
Na opinião de Maria das Graças, é preciso maior união dos poderes executivos das três instâncias para tentar solucionar o problema“A PM e a Polícia Civil têm feito o seu trabalho, mas é preciso maior participação do município, principalmente em relação às drogas”, avaliaSegundo Graça, o crescimento sem planejamento do município, e o aumento do tráfico de drogas são os fatores que mais influenciaram crescimento da violência“Faltam políticas públicas para combater o aumento do uso de drogas na cidade”, critica.
Fé em Deus
Em Divinópolis, onde o número de crimes violentos passou de 418, em 2010, para 537, no ano passado, enquanto os homicídios aumentaram de 20 para 26 no mesmo período, o publicitário Matheus Felipe dos Reis, de 24, diz que é preciso redobrar a atenção e ter fé em Deus para andar na cidadeEle já foi assaltado duas vezes e em um dos ataques foi espancado, ficando internado por dois diasDesde então, segundo ele, o medo passou a fazer parte de sua rotina
Segundo a delegada regional, Aparecida Dutra Barros, o aumento dos registros criminais é preocupanteEla explica que a maioria dos casos está relacionada ao comércio e consumo de drogas“O aumento dos registros criminais é fatoO pano de fundo das práticas criminais violentas é o consumo e o tráfico de drogas, que fomentam os crimes contra o patrimônio e os crimes contra a pessoa e, consequentemente, geram uma sociedade com ruptura aos direitos sociais e individuais”, afirma.