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Estado de Minas

Representante do Vaticano defende beatificação de religiosos brasileiros

Em BH para traslado de restos mortais de Irmã Benigna, representante do Vaticano que defende 45 candidatos, dos quais 25 brasileiros, revela que mineira Nhá Chica está prestes a virar beata


postado em 07/03/2012 06:00 / atualizado em 07/03/2012 06:53

O historiador italiano Paolo Vilotta defende também Irmã Dulce, que já foi beatificada pelo papa, e as mineiras Irmã Benigna e Nhá Chica(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
O historiador italiano Paolo Vilotta defende também Irmã Dulce, que já foi beatificada pelo papa, e as mineiras Irmã Benigna e Nhá Chica (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)


Está bem perto o anúncio da beatificação de Francisca de Paula de Jesus, a Nhá Chica (1810-1895), mineira de Santo Antônio do Rio das Mortes, distrito de São João del-Rei, que viveu desde criança em Baependi, no Sul de Minas. “É possível que a serva de Deus seja declarada beata pelo papa Bento XVI antes de 2014”, disse nessa terça-feira o postulador da causa dos santos, o italiano Paolo Vilotta, o mesmo de Irmã Dulce, beatificada em maio em Salvador (BA). Em BH para o traslado dos restos mortais da Irmã Benigna (1907-1981), amanhã, às 18h, na Pampulha, Vilotta adianta que o processo de Benigna, do qual também é defensor, está bem conduzido, embora sem prazo para término.

NEsta quinta-feira, haverá um momento especial para os devotos de Irmã Benigna, antes da missa do arcebispo metropolitano dom Walmor Oliveira de Azevedo e da carreata que conduzirá os restos mortais da Igreja de Santa Teresinha, no Bairro Santa Teresinha, na Pampulha, para o  Noviciado Nossa Senhora da Piedade, no Bairro Bandeirantes. Vilotta explica que, das 16h às 18h, as pessoas poderão fazer orações diante da urna com da religiosa.

Natural de Roma, onde mora, o leigo Vilotta, de 30 anos, solteiro, formado em literatura e história, nesta viagem a Minas tem a companhia do padre Paolo Lombardo, responsável anteriormente pela causa de beatificação das duas mineiras. Vilotta cuida do processos de beatificação de 45 candidatos a santos, dos quais 25 brasileiros e 20 italianos. “Trabalho como um advogado, representando, neste caso, a Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade, à qual a Irmã Benigna pertencia, e a Associação dos Amigos de Irmã Benigna (Amaiben).” À tarde, ele e Lombardo se encontraram com o chanceler da Arquidiocese de BH, monsenhor Geraldo dos Reis Calixto, na Cúria Metropolitana.

Beatificação

A questão mais difícil em todo esse trabalho não está relacionada “aos santos, mas aos humanos”, revela o italiano. Vilotta explica, que desde 15de outubro, quando foi aberto o processo de beatificação de Irmã Benigna, começou a coleta de documentos da serva de Deus. A fase diocesana deverá ser concluída até o fim do ano pelo tribunal eclesiástico. Depois, o processo será enviado ao Vaticano para comprovação das virtudes, elaboração de um dossiê e análise de teólogos, cardeais e o papa.

No encontro dessa terça-feira estava a presidente da comissão histórica da causa de beatificação de Irmã Benigna, a freira Teresa Cristina Leite, da Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade e residente no Rio. “Todas as sextas-feiras venho a BH para trabalhar nesta causa”, disse a religiosa, que reúne cartas, bilhetes e documentos úteis ao processo. “Faço um apelo para quem tiver material sobre Irmã Benigna que nos encaminhe.” A irmã Teresa Cristina diz que a serva tem devotos em todas as camadas sociais. “Irmã Benigna era negra, obesa e pedia esmola. Vivia cheia de embrulhos debaixo dos braços com doações para os pobres”, acrescentou.

 

 Memória

Alegria geral em Baependi

 

Na semana anterior ao carnaval, houve um grande avanço no avanço no processo de beatificação de Nhá Chica. Teólogos da Santa Sé concluíram que a cura professora Ana Lúcia Meirelles Leite, de 66 anos, de Caxambu, no Sul de Minas, que tinha uma doença no coração, realmente ocorreu por intercessão da leiga. A notícia causou muita alegria em Baependi, que abriga, na Igreja da Imaculada Conceição, um memorial dedicado à “venerável serva de Deus” e sob coordenação das Irmãs Franciscanas do Senhor. Em outubro, a comissão de médicos do Vaticano deu parecer favorável ao concluir que a cura havia ocorrido por intercessão da leiga. Agora, o processo vai para parecer dos cardeais e depois para análise do papa. Os devotos de Nhá Chica aguardam desde 2007 o anúncio da beatificação. Filha de uma escrava, em vida era aclamada como “santa de Baependi”, por sua clarividência. 

 

 


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