Mais de 10 bandidos fortemente armados invadiram a Prefeitura de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para arrombar dois caixas eletrônicos. Na tarde deste domingo, os criminosos renderam funcionários que estavam de plantão e chegaram até o equipamento do Banco do Brasil. Usando um maçarico, eles conseguiram destruir as máquinas e levar o dinheiro.
Segundo o tenente do 33º Batalhão da Polícia Militar (PM), Bruno Rébuli, o grupo prendeu cerca de dois guardas municipais e oito servidores em um cômodo do centro administrativo da prefeitura. Parte do grupo manteve os reféns vigiados por cerca de uma hora e meia, enquanto quatro criminosos abriram a máquina bancária.
Os suspeitos recolheram os celulares de todos os reféns, retiraram as bateria e jogaram em uma lata da lixo. Tudo isso para manter as vítimas sem contato externo durante ação criminosa. Os funcionários relataramm à polícia que os bandidos fizeram tudo com muita calma e perícia. “Fizeram um serviço muito profissional. Não há marca de explosão nos caixas, não tem sujeira. O corte das máquinas foi preciso. Provavelmente é alguma quadrilha que já vem atuando nesse tipo de crime”, afirma o tenente.
O guarda patrimonial Darci Campolino, de 42 anos, conta que estava de plantão na entrada principal do centro administrativo quando dois homens chegaram armados com pistolas e o renderam. “Eles chegaram falando que já tinham rendido lá embaixo (na outra entrada) e que estava tudo dominado. Eles tiraram a bateria do meu celular, olharam se eu estava armado e me levaram para uma sala, com o resto do pessoal. Eles estavam tranquilos e pediram para a gente não reagir porque eles não iam fazer nada com a gente. Fiquei meio nervoso na hora, mas depois que eles mostraram que não iam machucar a gente fiquei melhor”, relata. O servidor, que após a ação chegou a voltar ao seu posto de trabalho, ainda lembra que os assaltantes foram calmos para lidar com a situação e não provocaram pavor entre os reféns.
O motorista Eires Flor Lopes também foi rendido pelos assaltantes, um pouco após os colegas de prefeitura. Ele conta que havia entrado no centro e se dirigia ao estacionamento quando viu um dos assaltantes. “Ele estava vestido com uma blusa da guarda patrimonial e estava no meio da rua. Então eu parei o carro e perguntei se ele queria morrer porque não saiu da frente. Nisso ele me mandou sair do carro e ficou gritando comigo, aí falou que estava tudo dominado. Ele tirou a arma, apontou ela para mim e me mandou descer do carro”, conta. Segundo o Eires, ele foi levado até o local aonde outras seis pessoas estavam rendidas com a arma apontada para a cabeça dele. “Ele me mandou sentar e ficar quieto. Ele também falou que não iam machucar a gente porque sabia que todos eram pais de família, assim como ele era e que essa era a profissão dele”, relata.
Câmeras
De acordo com o tenente Rébuli, na entrada do centro administrativo há duas câmeras de circuito interno que podem ter registrado a movimentação do grupo. Porém, dentro da prefeitura a PM não encontrou câmeras que possam ter filmado o assalto. Segundo o militar, os equipamentos da entrada foram instalados justamente a pedido da gerência do banco, por uma exigência da seguradora contratada. De acordo com o Superintendente de Segurança Pública de Betim, Ricardo Alexandre Alves, os assaltantes teriam danificado o sistema de vigilância da prefeitura durante a ação.De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, todas as medidas cabíveis para o ato foram tomadas, como o acionamento das polícias militar e civil.
Ocorrências
Este já é o terceiro crime contra caixas eletrônicos somente neste fim de semana na Grande BH. No sábado, um equipamento do Banco Santander foi destruído por bandidos usando maçarico, no Bairro Coração Eucarístico, região noroeste da capital. Hoje, uma agência do mesmo banco, no Bairro Lourdes, região centro-sul de BH, foi alvo de uma tentativa frustrada de arrombamento.
As ocorrências envolvendo arrombamento e explosão de caixas em Minas Gerais estão assustando moradores e gerentes de banco. Em 2011, foram 144 crimes contra o patrimônio que tiveram como alvo esses equipamentos em BH e região metropolitana. Em 2012, somente em janeiro e fevereiro foram 18. Os dados não refletem registros no interior do estado, onde muitos casos aconteceram.