As escolas públicas de Minas ainda não se recuperaram dos prejuízos da última greve de professores, que deixou alunos da rede estadual por mais de 110 dias sem aula no ano passado, e na quarta-feira foram assombradas por nova paralisação. Professores cruzaram os braços como parte do movimento nacional em defesa do pagamento do piso salarial da categoria. As paralisações devem continuar até amanhã e, para hoje, estão previstas passeatas na porta da Prefeitura de Belo Horizonte, no Centro de BH, às 15h, e reunião da rede estadual no pátio da Assembleia Legislativa, no mesmo horário.
Segundo a Secretaria de Estado de Educação, menos de 1% das escolas ficaram totalmente paradas ontem, o que equivale a 30 instituições, e 5,6% (212 escolas) foram parcialmente afetadas. A Secretaria de Educação de BH informou que 9% das escolas municipais tiveram paralisação total. Já o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal (Sind-Rede/BH) informou que a adesão da categoria foi de 80%. O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute/MG) não divulgou balanço do movimento.
A greve foi convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) que afirma que 17 estados não pagam o piso salarial de R$ 1.451, anunciado pelo Ministério da Educação (MEC), entre eles Minas. Segundo o CNTE, a remuneração para professores de nível médio no estado é de R$ 1.122 e, para os que têm licenciatura plena, de R$ 1.320. A secretaria se defende alegando que esse valor é para uma jornada de 24 horas semanais, e não de 40 como prevê a lei do piso.
“Hoje, pagamos um valor 52% acima do piso e, com o reajuste de abril, ficaremos 59% acima da exigência. A educação pública não resiste a tantas greves”, disse a secretária de Educação, Ana Lúcia Gazzola, informando que cinco escolas estaduais ainda não concluíram a reposição das aulas. Ela ainda garantiu que, apesar da paralisação, todas as escolas do estado permaneceram abertas ontem.