Belo Horizonte mal se recuperou dos estragos do último temporal e um novo alerta de chuva forte deixa a capital em estado de atenção. Segundo a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), a previsão é de temporais até a manhã de segunda-feira, quando o acumulado de chuvas deve chegar a 90 milímetros. As tempestades, segundo o Instituto Climatempo, são resultado de frente fria que atua sobre as regiões Central e Sul de Minas, ajudando a formar nuvens carregadas na Grande BH e em várias localidades do estado. Até o Vale do Jequitinhonha, que não registra precipitação significativa há mais de um mês, está sujeito a temporais no fim de semana.
A frente fria ganhou força em Minas na quinta-feira, quando a capital foi atingida por um temporal. Segundo balanço da Comdec e do Corpo de Bombeiros, Belo Horizonte registrou 82 ocorrências entre a quinta e a sexta-feira, sendo 35 alagamentos ou inundações, 36 quedas de árvores, cinco desabamentos, sete pessoas ilhadas e seis riscos de choque elétrico, devido a cabos energizados arrebentados em ruas e avenidas. Por volta das 17h, foram registradas rajadas de vento de até 77km/h no aeroporto da Pampulha.
Na quinta-feira, a Região de Venda Nova foi a mais afetada, acumulando 56,2 milímetros de chuva em apenas uma hora e meia, entre as 16h40 e as 18h10. Com isso, a Avenida Vilarinho teve vários pontos de alagamento e,nessa sexta-feira , comerciantes contabilizavam os prejuízos. “A água invade as lojas e espalha sujeira. Há sete anos convivemos com o problema. Nessa sexta-feira, vi vários carros sendo arrastados, com a enxurrada chegando ao para-brisa”, disse Edson Almeida, gerente de loja de baterias alagada no Bairro Jardim Europa.
Depois do temporal, a sexta-feira começou com problemas no trânsito da capital. Nos principais corredores da cidade, semáforos operavam em flash e complicavam a vida de motoristas e pedestres, que tinham dificuldade para atravessar. De acordo com a BHTrans, o problema foi registrado em vários pontos das avenidas Cristiano Machado, Antônio Carlos, Raja Gabaglia e Vilarinho. Motoristas enfrentaram lentidão ainda nas avenidas Amazonas, próximo às avenidas do Contorno, Pedro I, até a altura da MG-010, e Mário Werneck, no Buritis.
No Bairro Bandeirantes, Região da Pampulha, um muro desabou na Rua Ligúria. A queda também ocorreu devido ao temporal da noite de quinta-feira. Uma obra na casa ao lado pode ter causado o problema, pois aparentemente a água da chuva ficou sem ponto de escoamento. A pressão da enxurrada teria empurrado a estrutura para o lote da casa ao lado. A inundação deixou prejuízos para os moradores, mas ninguém ficou ferido. A família acionou o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil e uma viatura foi ao local para retirar os escombros.
Energia
O temporal também deixou bairros de Belo Horizonte às escuras. Segundo a Cemig, as regiões mais afetadas pelos apagões foram Leste, Nordeste, Pampulha e Venda Nova. Em alguns endereços, a luz não havia sido restabelecida até o fim da tarde de ontem. “Ficamos sem energia das 18h de quinta até o meio-dia de sexta-feira. Acionamos a Cemig e foram feitos alguns reparos. Mas, no meio da tarde, a luz acabou novamente. Estou sem poder trabalhar, pois os computadores não funcionam e já perdi tudo o que havia na geladeira”, lamentou o piloto de avião Rubens Schlegel, de 50. (Com VL)