Uma confusão marcou o enterro de algumas vítimas do acidente na BR-040. A possível troca de corpos deixou familiares dos trabalhadores mortos na tragédia revoltados. O acidente aconteceu no sábado e matou 15 funcionários da empresa Conenge.
Os parentes do mecânico de manutenção Gilberto de Souza Gonçalves, 51, velaram o trabalhador durante a noite, mas interromperam o sepultamento na manhã desta segunda-feira, em Ipatinga, por causa da dúvida sobre o corpo. Por causa de rumores sobre trocas durante a preparação dos seis enterros dessa cidade, os parentes resolveram abrir o caixão.
Eles quebraram parte da urna e viram o corpo enrolado em um pano. Embora alguns irmãos tenham reconhecido Gilberto, a mãe negou ser o filho e a esposa ficou em dúvida. Uma confusão de quase uma hora e meia se instalou no cemitério e foi necessária a intervenção da Polícia Militar (PM). Os parentes acusaram a empresa Conenge de ter agilizado os sepultamentos sem conhecimento dos parentes. A família foi convencida a encerrar o enterro e depois procurar a delegacia, mas afirmou que vai pedir a exumação do corpo do mecânico.
Veja fotos do acidente
Ao lado de Gilberto seria enterrado o corpo de Nivaldo José Lourenço, 33. Diante da confusão, os parentes dele também exigiram a abertura do caixão, mas a urna já havia descido pela cova e estava coberta por cimento. A mãe de Nivaldo se posicionou em cima do buraco impedindo que os coveiros jogassem terra para finalizar o sepultamento. A PM também interveio nessa situação.
No início da manhã o diretor-presidente da Conenge, Heleno Conte, acompanhou os sepultamentos em Ipatinga, mas não presenciou o tumulto. O em.com tentou falar com o representante da empresa, mas não conseguiu. Os parentes foram informados de que um advogado da Conenge vai ao cemitério para conversar com familiares.
O acidente
O ônibus da empresa Conenge, que seguia no sentido Paracatu/Paraopeba, estava atrás de um caminhão de carvão e, no sentido contrário, vinha a carreta, que transportava um imenso tubo de aço. O caminhão de carvão teria saído para o acostamento, para dar passagem à carreta. Interpretando o gesto como um sinal de ultrapassagem, o motorista do ônibus teria seguido para o meio da pista, quando colidiu com a carreta. Com o choque, o tubo invadiu a carroceria do ônibus e a partiu ao meio.