As denúncias de equívocos na identificação dos corpos das 15 vítimas do acidente na BR-040 surgiram no começo da manhã de ontem, durante o enterro de Isaías Vieira Silva, primeiro dos seis mortos enterrados em Ipatinga, no Vale do Aço. O irmão da vítima, Davi Malta da Silva, de 34, um dos poucos familiares que foram a Curvelo, a cerca de 400 quilômetros de Ipatinga, identificar o corpo do parente, conta ter encontrado outra pessoa na urna com o nome do irmão. “Tive que ver 11 corpos e só então achei o Isaías, num caixão que tinha o nome de Nivaldo”.
Segundo o dono da Conenge Montagem Industrial, Heleno Conte, embora o reconhecimento dos corpos tenha sido feito por um empregado da empresa, não há dúvidas sobre a identidade de cada um. “Esse funcionário conhecia todos e estava acompanhado de um legista. Além disso, a maioria dos mortos estava com documentos nos bolsos. Mas, caso as famílias queiram, podemos pagar o exame de DNA para que se certifiquem disso”, afirmou Conte. Ele ressaltou que a identificação ocorreu dessa forma para acelerar a liberação dos corpos.
Até o início da tarde de ontem, os 15 corpos haviam sido sepultados. Além de Ipatinga, houve enterros em Ipaba (um), Belo Oriente (dois), Vargem Alegre (uma), Dores de Guanhães (um), e Cachoeira Escura (quatro), todos no Vale do Aço. Apesar das dúvidas sobre a identidade dos corpos, os demais familiares não decidiram ainda se tomarão providências para exumar os corpos e reconhecer os parentes.
Cansaço e tristeza
As dúvidas quanto à identidade de algumas vítimas acabaram por esgotar as forças dos parentes dos mortos, que desde a tarde de sábado sofrem com o impacto da tragédia. Quando os enterros começaram algumas pessoas chegaram a passar mal, enquanto outras choravam, ainda inconformadas com a perda. A brutalidade do acidente era o comentário geral.