Suspeita de erro na identificação das vítimas, troca de cadáveres e pedido de exumação de corpos aumentaram a dor e o sofrimento de familiares na despedida dos 15 mortos sábado no acidente entre um ônibus e uma carreta, na BR-040, em Felixlândia, Região Central de Minas. A desconfiança levou uma das famílias a abrir o caixão lacrado, ao lado da cova. Na segunda-feira, a polícia cogitou a possibilidade de exames de DNA e exumação de corpos, para confirmar a identificação dos restos mortais.
Porém, nesta terça-feira o delegado regional de Ipatinga, Geraldo Magela de Morais, descartou a possibilidade de exumação do corpo do mecânico de manutenção Nivaldo José Lourenço, de 33, cuja família tentou exigir a retirada do cadáver para novo reconhecimento.
Caso a família de Nivaldo e os parentes de outras vítimas ainda exijam a exumação, devem recorrer à delegacia de Curvelo. Porém, a família do mecânico já mostrou que desistiu desse assunto.
A expectativa é pelo depoimento do motorista do ônibus Armando Anselmo Faria. Os condutores da carreta e da escolta acusaram o condutor do ônibus de fazer uma ultrapassagem perigosa. Porém, ele só será ouvido quando deixar o Hospital Imaculada Conceição, em Curvelo, onde está internado desde sábado. O motorista passa bem e deve receber alta até o fim desta semana.
O acidente
O ônibus da empresa Conenge, que seguia no sentido Paracatu/Paraopeba, estava atrás de um caminhão de carvão e, no sentido contrário, vinha a carreta, que transportava um imenso tubo de aço. O caminhão de carvão teria saído para o acostamento, para dar passagem à carreta. Interpretando o gesto como um sinal de ultrapassagem, o motorista do ônibus teria seguido para o meio da pista, quando colidiu com a carreta. Com o choque, o tubo invadiu a carroceria do ônibus e a partiu ao meio.