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Estado de Minas

Motorista de ônibus envolvido em tragédia na BR-040 será indiciado por homicídio culposo

Delegado Regional André Pelli, responsável pelo caso, afirmou que o condutor mentiu nos depoimentos


postado em 20/03/2012 17:16 / atualizado em 20/03/2012 17:39

Acidente deixou 15 mortos e outras 16 pessoas feridas (foto: Diney Melo/Portal Felixlândia)
Acidente deixou 15 mortos e outras 16 pessoas feridas (foto: Diney Melo/Portal Felixlândia)
 

O motorista do ônibus da empresa Conenge, que bateu com uma carreta na BR 040, matando 15 pessoas, será indiciado por homicídio culposo. A tragédia aconteceu perto de Felixlândia, na Região Central do estado, no último sábado. Armando Anselmo Farias segue internado no Hospital Imaculada Conceição, em Curvelo, e deve receber alta até o fim de semana. A informação foi dada nesta terça-feira pelo delegado regional, André Pelli, que está à frente das investigações sobre o acidente. Ele anunciou o indiciamento após ter ouvido o motorista dentro do hospital, por duas vezes, nessa segunda-feira à noite e na manhã de hoje.

André Pelli disse que, na primeira vez que falou, o motorista negou qualquer culpa no acidente, alegando que o veículo perdeu os freios. “Ele contou que estava numa descida e que o caminhão de carvão que seguia à sua frente estava muito devagar. Ele tentou diminuir, mas os freios não funcionaram. Para não bater no caminhão, tentou sair para esquerda, mas quando tentou voltar para sua pista, não deu tempo de evitar o choque com a carreta”, disse o policial.

 

Veja mais fotos do acidente

 

Com base nas informações do motorista, nesta manhã o delegado foi até o local onde ocorreu o acidente e constatou que o ônibus não estava na descida. “Pelo contrário, tinha cerca de um quilômetro de uma 'subidinha'”, disse. O delegado de Curvelo também solicitou junto ao Instituto de Criminalística de Belo Horizonte uma perícia especializada em tmecânica no ônibus. A partir do trabalho, foi verificado que o sistema de freios não apresentava qualquer defeito. “Constatamos que o motorista mentiu no depoimento”, assinalou André Pelli.

O delegado acrescentou que após a perícia, retornou à tarde para ouvir Armando Anselmo novamente e ele manteve a versão da perda dos freios. “O motorista mentiu. Pelas condições do local do acidente, como era uma pequena subida, mesmo se o ônibus tivesse perdido os freios, ele teria conseguido parar o veículo se não tivesse correndo tanto”, comentou Pelli.

O condutor do ônibus será indiciado por homicídio culposo qualificado (imprudência, sem intenção de matar) que pode resultar em pena que varia de dois a quatro anos, podendo ser acrescida da metade. Contudo, o delegado ainda aguarda o laudo da perícia e vai ouvir os sobreviventes da tragédia, para fechar o inquérito, que deverá ser enviado para a Justiça dentro de 30 dias.

O ônibus envolvido no acidente em Curvelo transportava 43 passageiros que retomavam de Paracatu, onde prestavam serviços para uma mineração de ouro. O veículo seguia em direção a Ipatinga, sede da Conenge. Os 15 mortos no acidente foram sepultados, segunda-feira, em Ipatinga, e em outras seis cidades do Vale do Aço. A carreta que bateu com o ônibus transportava um tubo de aço (base de uma usina eólica), que apresentava excesso lateral (largura de 4,5 metros) e seguia de Santos (SP) para Fortaleza (CE).


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