Jornal Estado de Minas

Santa Rita do Sapucaí

Médico é preso em Minas por cobrar para liberar exame obrigatório para renovação de CNH

Ele trabalhava dentro de uma clínica conveniada ao Detran e foi denunciado por um paciente que armou flagrante depois de ser reprovado duas vezes mediante cobrança de propina

Daniel Silveira
Um médico de 48 anos foi preso em flagrante na manhã desta terça-feira em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, por cobrar propina na liberação de exame obrigatório para renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH)
A denúncia partiu de um morador da cidade, que foi reprovado duas vezes no exame médico e se revoltou com a cobrança de R$ 50 para que fosse considerado apto.

De acordo com a Polícia Militar, a vítima, um gesseiro de 31 anos, procurou a polícia nesta manhã para denunciar o médico - que trabalha dentro de uma clínica credenciada no Detran - para ser aprovado no exame oftalmológicoEle contou aos policiais que nas duas vezes em que foi reprovado no teste, o profissional sugeriu que se ele pagasse R$ 50 para ter o documento garantido

O gesseiro decidiu marcar um terceiro exame, disposto a desmascarar o médicoNesta terça-feira, ele tirou uma cópia xerográfica da cédula de R$ 50 que usaria para pagar a propinaAlém disso, usou o aparelho celular para gravar a conversa durante a consultaTanto a gravação quando a reprodução da nota foram entregues à PM, que as repassou à Polícia Civil.

No consultório do médico, os policiais militares encontraram, dentro de uma caixa que estava sobre a mesa, a cédula com a mesma numeração de série da que a vítima copiouEle recebeu voz de prisão em flagrante e foi levado para a delegacia da cidadeSegundo a PM, o médico, identificado como Carlos Alverto Figueiredo Miranda, foi autuado na delegacia por corrupção ativa.

Ainda segundo a PM, além de trabalhar na clínica conveniada ao Detran, o profissional atua como clínico geral e ginecologista em um consultório particularA polícia ainda não sabe se ele cobrava para liberar os exames há mais tempo, ou se o caso foi isolado.