Estudantes relataram que duas calouras foram amarradas a um posteOs veteranos se vestiram de policiais militares e colocaram camisinhas na ponta de cassetetes, obrigando os novos universitários a chupar o objetoO trote assustou algumas pessoas que passavam pelo câmpus, mas para outras não passou de uma brincadeira
Uma mestranda e funcionária da UFMG, que não se identificou, ficou revoltada com a humilhação sofrida pelas estudantesDisse que vai acionar a reitoria do câmpus para explicar a permissão desses eventos
Aluna do 8º período de turismo, Ana Paula Santos Rodrigues, participou da recepção aos calouros e conta que esse trote já é tradicional no curso“ Não houve abusoTêm seguranças da UFMG aqui e todos estão conscientesOs calouros não sabiam do trote, mas tiveram a opção de não participar”, relata
Segundo ela, os calouros foram pintados e sujos de terra e farinhaDurante o trote, os guardas da universidade acompanharam e chamaram para conversar com veteranos que se excediam na comemoração, evitando abusosRodrigues não organiza os trotes, mas participa há quatro anos e afirmou que nunca houve problemas
Outros estudantes do curso, que já estiveram no lugar dos calouros, também relataram que foi tudo brincadeiraHouve um momento de juramento dos novos alunos, uma espécie promessa na qual oferecem obediência eterna aos veteranosConforme os relatos, os novos universitários toparam participar do “teatro”, sem levar a sério
A UFMG informou que trotes dentro do câmpus são proibidos há pelo menos 15 anosA diretora do IGC, Tânia Mara Dussin, e o diretor de assuntos estudantis, Luís Guilherme Knauer, foram ao local apurar o fatoConfirmaram que tudo não passou de uma brincadeira e que não houve violência
Mesmo proibidos, os trotes são monitorados por guardas da universidade para garantir a segurança de calouros
Trote solidário
Na semana passada, o Estado de Minas divulgou o Trote Solidário dos estudantes de medicina da UFMG, um exemplo para todos os universitáriosEstudantes decidiram se juntar para revitalizar escola municipal no São Lucas e participaram de oficinas de dança com as criançasEm sua primeira edição, o Trote Solidário recebeu 60 alunos dos 1º e 2º períodos de medicinaO evento substituiu o trote à moda antiga, em que veteranos recebem os novatos com brincadeiras frequentemente animadas com bebidas alcoólicas