De sintomas aparentemente simples e inofensivos, a tuberculose é uma doença grave que acomete aproximadamente 70 mil pessoas e mata 4,5 mil no país a cada ano, de acordo com dados do Ministério da Saúde. O diagnóstico é um desafio e, tão importante quanto, está o acompanhamento para que o paciente, de fato, cumpra o tratamento. As metas internacionais estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pactuadas pelo governo brasileiro são de curar 85% dos casos. Mas, na Região Norte de Belo Horizonte, por exemplo, apenas 62% dos pacientes em tratamento foram adimplentes no ano passado, segundo a enfermeira da Gerência de Atenção à Saúde Norte, Lorena Guimarães Antonini.
“Nosso objetivo é melhorar o percentual de cura, chegando aos 85%, que é o número considerado satisfatório pelo Ministério da Saúde”, afirmou Lorena, que integra comitê municipal que pretende diminuir a taxa de pessoas que abandonam o tratamento.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) considera que o resultado da capital no Índice de Desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (IDSUS), composto por indicadores de desempenho relacionados a tratamentos e serviços em todo o país, é de destaque, se comparado com Rio de Janeiro, Curitiba e Salvador. No estado, contudo, de zero a 10, o município obteve nota de 8,18 em 2011. Levando em consideração os 853 municípios de Minas, no ano passado Belo Horizonte ocupou a 448ª posição no ranking dos melhores resultados no estado. Entre as cidade que registraram desempenho positivo estão Cataguases (Zona da Mata), Carlos Chagas (Vale do Mucuri) e Carmo da Cachoeira (Sul de Minas): todas têm índice 10. Vale destacar que 209 municípios não tiveram nota apontada pela coordenação de monitoramento e avaliação.
O registro de novos casos na capital, conforme a secretaria municipal, caiu 8,4% de 2010 para 2011, de 699 para 640. A maior incidência da tuberculose está nas regiões Nordeste, Noroeste e Leste; e as menores na Pampulha, no Barreiro e em Venda Nova.
Em razão do Dia Mundial de Combate à Tuberculose, comemorado ontem, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apresenta amanhã um balanço de casos da doença no Brasil nos últimos anos. Será lançada ainda nova campanha para conscientizar a população sobre cuidados e tratamento para enfrentamento da doença.
Em BH, a prefeitura vai promover seminário para profissionais de saúde nesta segunda-feira. Em Contagem, será feita mobilização em estações do metrô, onde serão distribuídos panfletos com informações sobre a transmissão, sintomas e tratamentos. Especialistas estarão à disposição para esclarecimento de dúvidas.
A Secretaria de Estado da Saúde, embora não tenha divulgado dados, fez alerta ontem para que “a população esteja atenta a alguns sintomas: tosse contínua por mais de três semanas podendo apresentar secreções, como pus ou sangue, além do cansaço excessivo, febre, prostração e suor excessivo à noite”. A doença é curável em praticamente 100% dos casos, desde que o paciente siga as prescrições médicas.