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Estado de Minas

Anvisa interdita lote de medicamento da Hipolabor

Segundo o órgão, o medicamento Carbonato de Lítio 300 mg, apresentou resultado insatisfatório no ensaio de dissolução


postado em 27/03/2012 17:24 / atualizado em 27/03/2012 18:44

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) voltou a reprovar um medicamento produzido pela empresa Hipolabor Farmacêutica Ltda. Desta vez, o órgão interditou em todo país um lote do medicamento Carbonato de Lítio 300 mg, por apresentar resultado insatisfatório no ensaio de dissolução. No ano passado, outro medicamento da empresa, o Parinex (heparina sódica), foi suspenso no território nacional por não preencher os padrões de qualidade. A empresa chegou a ser alvo de investigações no ano passado e os sócios foram denunciados por homicídio, tráfico de drogas, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, formação de cartel para fraude em licitações, adulteração de fórmulas e irregularidades na relação de consumo.

Segundo a Anvisa, a interdição do lote 1220/10 do Carbonato de Lítio 300 mg, comprimidos, fabricação 10/2010 e validade 9/2012, vale pelo período de 90 dias.Durante esse tempo, de acordo com o órgão, o produto interditado não deve ser utilizado ou comercializado.

Em nota, a Hipolabor afirmou que a interdição cautelar é um ato preventivo e rotineiro aplicado pelo órgão no mercado farmacêutico. A empresa informou que o lote interditado pela Anvisa não foi comercializado para drogarias e farmácias e que os demais lotes do carbonato de lítio não estão sob interdição.

A indústria de medicamentos afirmou que vai entrar com um pedido de perícia de contraprova. Mas, para isso, tem que receber o laudo da análise fiscal, o que não foi feito até as 17h desta terça-feira.

No ano passado, a Anvisa suspendeu a distribuição, comércio e uso, em todo o país, de todos os lotes do produto Parinex, também fabricado pela empresa. O medicamento, um anticoagulante indicado no tratamento de trombose era, inclusive, distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O remédio entrou para a lista de produtos suspeitos de provocar efeitos nocivos à saúde humana, conforme indica no art. 7º, da Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, que estabelece critérios para a emissão da suspensão. Segundo a resolução da Anvisa, a Hipolabor não havia provado, por meio de estudos clínicos, a eficácia e segurança para as indicações terapêuticas do produto. Isso impediu que o medicamento tivesse registro renovado.

Investigação

Em abril do ano passado, a Polícia Federal deflagrou a Operação Panaceia, para investigar adulterações de medicamentos. Os sócios da Hipolabor foram presos e liberados poucos dias depois. Eles foram acusados pelo Ministério Público por pelo menos sete crimes.


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