A violência alarmante continua na cidade 15 dias depois de o Estado de Minas ter mostrado que menores respondem por 85% dos homicídios locais e que, mesmo quando são presos, acabam soltos por não haver instalações adequadas para custodiá-los enquanto não são julgados.
Foi o que ocorreu com A., que ficou livre na semana passada depois de ser apreendido e ficar cinco dias num presídio e outros 40 numa instituição criminal, acusado de um homicídio que confessouComo a Justiça não determinou o cumprimento de uma medida socioeducativa – o equivalente a uma pena para os adultos –, ele teve de ser libertado, como determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)“É um absurdo o que está acontecendo aquiVocê prende menores perigosos, que estão matando sem qualquer preocupação, e em 45 dias eles acabam soltos novamente”, desabafa o delegado de homicídios de Passos, Marcos Pimenta.
De acordo com o policial, pelo local onde o crime ocorreu e pelo nome da vítima foi possível descobrir quem era seu assassino“Eles (os menores) não estão preocupados em ser presosMatam e depois sabem que o máximo que pode acontecer é ficar um mês e meio internadosIsso só gera mais impunidade e um desejo de vingança na populaçãoIsso é muito perigoso”, afirma o policial.
OCUPAÇÃO Por causa do alto índice de mortes, o Bairro Novo Horizonte foi tomado pela Polícia MilitarSegundo o comando da PM na cidade, até os exercícios de educação física são feitos nas ruas da comunidade humilde para manter a presença da polícia ali e impedir novos crimes.
A falta de centros socioeducativos têm reflexo direto no aumento da violência em cidades como Varginha, Lavras, Passos, Conselheiro Lafaiete e Coronel Fabriciano segundo autoridades policiais desses municípios – todos com mais de 100 mil habitantesAs 22 instituições do estado estão com ocupação 48,7% acima de sua capacidade, tendo 1.867 internos dividindo 1.225 vagas.