Jornal Estado de Minas

Suspeita de arquitetar morte do pai ganhava quase R$ 10 mil por mês com prostituição

Como foragida da Justiça, Érika Passarelli Vicentini Teixeira, passou por São Paulo, Paraná, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Nessa última parada, trabalhou em três bordéis. Presa nesta quinta, ela nega crime contra o pai

Luana Cruz

Érika chegou ao Departamento de Investigações de Belo Horizonte por volta de 10h30 - Foto: Renato Weil/EM DA Press

A mineira Érika Passarelli Vicentini Teixeira, de 29 anos, suspeita de arquitetar a morte do pai Mário José Teixeira Filho, de 50, ficou quase dois anos foragida em um jogo de gato e rato com a Polícia Civil de Minas GeraisEla foi presa na madrugada desta quinta-feira em um bordel no Rio de Janeiro onde trabalhava há cerca de dois meses

O delegado Bruno Wink, responsável pela investigação do crime, disse que nesse período como foragida da Justiça, Érika passou por São Paulo, Paraná, Bahia, Espírito Santo e Rio de JaneiroEla esteve em Belo Horizonte, em abril de 2011, quando ficou em um hotel no Bairro BelvedereA polícia foi em busca da mulher, mas ela já havia escapado há dois dias

Foi morar no Rio de Janeiro, na comunidade Rio das Pedras onde trabalhou em dois bordéisA terceira casa de prostituição, local onde ela foi presa, fica no Bairro Vargem Pequena, na Zona Oeste carioca

De acordo com o delegado, Érika ganhava R$ 2,5 mil por semana e cerca de R$ 10 mil por mês com os programasPara escapar da polícia, ela usava um documento falso com o nome de Karina, mas nos bordéis era conhecida como PatyA suspeita, agora morena, mudou os cabelos para dificultar o reconhecimentoNa época do crime usava cabelos curtos e loiros



Prisão

Érika chegou ao Departamento de Investigações de Belo Horizonte por volta de 10h30 desta quinta-feira trazida por equipes da polícia mineira que foram até o Rio prendê-laFoi apresentada pelo delegado à imprensa, mas não quis falar com os jornalistasA mulher, que na época do crime contra o pai estudava direito, disse ao delegado que acredita na Justiça e negou participação na morte de Mário José

Crimes

De acordo com a Polícia Civil, Érika e o pai eram estelionatários e agiam em BHA mulher, que morava no Bairro Belvedere, fazia fotocópias de cheques e comprava em lojasO pai da jovem contratou três seguros de vida totalizando R$ 1,2 milhão cuja filha seria a única beneficiáriaO plano dos dois era encontrar um corpo para forjar a morte de MárioA estudante receberia os seguros e dividiria o dinheiro com o pai.

No entanto, enquanto tentavam aplicar esse golpe milionário, eles tiveram um desentendimento e, paralelamente, Érika começou a arquitetar a morte do pai, pedindo ajuda ao namorado, Paulo Ricardo de Oliveira Ferraz, 19, e ao sogro, o cabo da Polícia Militar Santos das Graças Alves Ferraz, de 47De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), pai e filho foram liberados em janeiro deste ano por meio de um alvará de soltura como relaxamento de prisão

Ainda segundo a Polícia, de olho nesse dinheiro, Érica sobrepôs o plano de golpe que tinha com o pai e mandou matá-lo
No dia 4 de agosto de 2010, Mário foi morto com três tiros na BR-356, na altura do km 43 da rodovia, em ItabiritoO corpo foi encontrado no dia seguinteAlém das suspeitas de estelionato e homicídios, a polícia também apura o envolvimento de Érika numa quadrilha de tráfico internacional de crianças