Alta velocidade para uma via cujo limite é de 60 km/hora e suspeita de embriaguez são as possíveis causas da batida que ontem à noite matou um homem na Rua Jacuí, no Bairro Ipiranga, Região Nordeste da capital, e deixou quatro feridos, entre os quais uma criança de 12 anos. De acordo com a polícia, Rodrigo de Oliveira Campos, de 26 anos, seguia pela via, sentido bairro/Centro, no Vectra placa DAQ 2619, quando bateu com violência no Uno placa GZN 4409, que descia a Rua Pio XI. Desgovernado, o Vectra bateu em dois carros que estavam estacionados.
Com a violência da batida, o motorista do Uno, o aposentado Alcindo Pereira Souza, de 62, que era cadeirante, foi atirado do veículo a uma distância de 30 metros e teve morte instantânea. A mulher dele, Maria do Carmo Gomes de Souza, também foi jogada para fora do carro e socorrida em estado grave, assim como o filho do casal, Pedro Henrique Gomes Souza, de 12. Também ficaram feridos Isabela Elza Rodrigues, de 27, e Francisco Souza e Silva, de 26, passageiros do Vectra. Rodrigo escapou ileso e foi levado para o plantão da delegacia de trânsito.
Depois de atingir o Uno, o Vectra bateu na traseira do Palio placa GUM 2384 e o táxi GTI 1265, que teve a traseira destruída e foi parar a cerca de 50 metros do primeiro impacto. O velocímetro do Vectra travou na marca superior a 120 km/hora e em quase 6.000 rotações por minuto. Porém, o perito José Roberto, do Instituto de Criminalística, disse que somente os dados relativos à distância que o veículo percorreu após o choque inicial e os estragos provocados servem de base par o cálculo da velocidade em que ele trafegava.
Filho de pai rico
O gerente de churrascaria Doalcei Benevenutti, dono do Palio, contou que tinha entrado no Restaurante Deles, que fica próximo ao local, quando ocorreu a batida. “Sai para ver o que tinha acontecido. O rapaz do Vectra, que conversava de forma desconexa, disse que o pai dele tem muito dinheiro e que pagaria tudo. Mas será que uma vida tem preço?” O meteorologista Dayan Diniz, de 37, teve o paralama de seu Escort amassado pela cadeira de roda de Alcindo e o corpo de Pedro Henrique. “Eu estava no meu carro, estacionado sobre a calçada, quando ouvi o barulho. Fui ver o que ocorreu e me deparei com o menino com um corte profundo na cabeça. Não consigo entender como ele veio parar a cerca de 20 metros do Uno, e estava consciente, conversando”, contou.
Devido ao acidente, a Rua Jacuí foi fechada para os trabalhos de resgate e perícia. Nas mesas do restaurante, na calçada, clientes estavam revoltados com as circunstâncias da batida. Eles afirmavam que o motorista do Vectra vinha em alta velocidade e, que não fossem os carros estacionados, teria invadido a calçada e causado uma tragédia ainda maior.