O securitário Rodrigo de Oliveira Campos, de 26 anos, não escapou da prisão pelo acidente em que se envolveu sexta-feira na Rua Jacuí, no Bairro Ipiranga, Região Nordeste da capital, que matou uma pessoa e deixou quatro feridas. Mesmo depois da recusa a fazer exames para detectar o consumo de álcool ou drogas, ele foi autuado e preso em flagrante pelos crimes de homicídio e lesões corporais dolosos, passadas pouco mais de 24 horas da ocorrência.
A delegada Rosângela Tulher, do plantão da Delegacia de Trânsito (Detran), concluiu que Rodrigo agiu com dolo eventual ao assumir o risco de provocar o acidente. Segundo ela apurou, o acusado dirigia em alta velocidade por uma via em que o limite era de 40km/h, passando por cruzamentos com placa de advertência de travessia de pedestres. O velocímetro do carro que ele dirigia, depois de uma sequência de batidas, parou na marca de 130 km/h, e o conta-giros a 6 mil rpm.
A delegada também considerou a possibilidade de que Campos dirigia sob efeito de bebida alcóolica. No boletim de ocorrência da Polícia Militar há relato de que o securitário apresentava hálito etílico e olhos avermelhados. Segundo o documento, o acusado afirmou ao soldado Elias Pereira Silva, do Batalhão de Trânsito (BPTan), que na noite anterior ao acidente havia bebido e, por isso, não faria o teste do bafômetro. No começo da tarde de ontem, depois de receber atendimento médico, Rodrigo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) para exames de corpo de delito e de constatação do consumo de álcool e tóxicos, mas se recusou a ceder material. Porém, Rosângela Tulher disse que há vários indícios que apontam para a culpa do securitário.
O ACIDENTE No fim da tarde da sexta, Rodrigo Campos seguia no Vectra placa DAQ 2619, pela Rua Jacuí, no sentido bairro/Centro, em velocidade acima do permitido. No cruzamento com a Rua Pio XI, onde há uma placa de advertência sobre a travessia de pedestres, ele não conseguiu parar e bateu com violência no Uno placa GZN 4409, dirigido pelo aposentado Alcindo Pereira Souza, de 62, que cruzava a via. Desgovernado, o Vectra atingiu ainda dois carros que estavam estacionados.
Alcindo Souza, que era cadeirante, foi atirado de seu veículo a uma distância de 30 metros e teve morte instantânea. A mulher dele, Maria do Carmo Gomes de Souza, de 52, e o filho do casal, Pedro Henrique Gomes de Souza, de 12, também foram jogados para fora do Uno e sofreram ferimentos graves. O menino foi lançado contra um carro estacionado sobre a calçada, junto com uma cadeira de rodas. No Vectra, a publicitária Izabela Elza Rodrigues Borges, de 27, e o auxiliar de mecânica Francisco Josué de Souza e Silva, de 26, também se feriram.
Ontem foram ouvidos Rodrigo Campos e testemunhas. A partir de amanhã, o caso passa a ser investigado pela Delegacia Especializada de Acidentes de Veículos (Deav). Rodrigo, depois de prestar declarações no plantão do Detran, foi preso e levado para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) São Cristóvão, Região Noroeste da capital.