Depois de mais de 12 meses de obras, várias mudanças de trânsito, 51 pontos de comércio fechado e queda estimada em até 70% nas vendas dos que resistiram, o clima no canteiro de obras mais badalado de Belo Horizonte, enfim, é de reta final. A revitalização da Savassi, orçada em R$ 10,4 milhões e iniciada em março do ano passado, ganha cuidados de acabamento, mesmo diante da incredulidade de muitos quanto ao cumprimento do prazo, no meio de muita poeira e em ritmo acelerado. Em data, não se fala. Mas ao menos 80 operários batalham em horários e turnos especiais, inclusive aos domingos, para dar conta de entregar os novos quarteirões à população ainda este mês.
Quem trabalha na região ou precisa passar por ela por algum motivo não vê a hora de a promessa se cumprir, para poder se livrar de entulho, tapumes, transtorno. E da fuga de clientes. Cristiane Aparecida, de 32 anos, vendedora comissionada, há três anos trabalha na região e diz que é preciso recuperar o tempo perdido. “As vendas caíram demais. Esta obra já tem mais de ano. Não precisava ter demorado tanto e acho que dificilmente vai ficar pronta até o fim do mês, como estão falando.”
A Prefeitura de Belo Horizonte não marca dia para acabar com a expectativa. Em nota oficial, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) apenas confirma o término dos serviços de “infraestrutura em relação às adequações das redes de drenagem de água e esgoto, sistema de irrigação e adequação das redes lógicas das concessionárias de serviços públicos e privados, como telefonia e TV a cabo”.
A diretora de Obras e Infraestrutura, Maria Luisa Moncorvo, afirma que falta pouco para cumprir a previsão de terminar as obras ainda este mês. “Vamos concluir a implantação de todo o projeto no prazo. Estamos na fase de finalização de instalação das fontes e do projeto paisagístico. Seguimos o cronograma, com apenas uma redução das intervenções no fim do ano, para atender às reivindicações dos lojistas. A obra será entregue dentro da concepção original do projeto, com ajustes mínimos necessários em relação a acessibilidade e mobilidade”, disse.
Mas nos quatro quarteirões ainda há muito a ser acabado. A obra nem foi entregue e alguns pontos já carecem de reparos. Na Rua Antônio de Albuquerque, trabalhadores substituem peças do piso. “Tem gente que não tem cuidado. Quase todo dia tem coisa para arrumar”, diz o jovem trabalhador.
Na Praça Diogo de Vasconcelos - com seus novos totens de aço em que o “de” desapareceu do nome oficial -, o que se vê é trabalho por todo canto. No quadrilátero em barro e cimento grosso, o granito, enfim, começa a dar beleza ao revestimento das arquibancadas de concreto. O vaivém das marretas marca o compasso de mais uma tarde de poeira. O barulho das máquinas de cortar pedras se junta ao som dos automóveis, cujos motoristas ainda apanham das novas marcações de trânsito no piso - impressiona a quantidade de desavisados sobre ou além da faixa de pedestres, diante do sinal fechado.
Em conversa informal, um dos operários interrompe a lida para dizer que acredita estar no prazo. “Já até estão regulando a força dos jatos d’água da fonte. É que a água estava indo longe demais, na rua. As luzes também já foram testadas. Está uma beleza. À noite, fica tudo iluminado. Um clarão. Está parecendo campo de futebol”, entusiasma-se.
Mas o entusiasmo não se repete em gente como Carlos Roberto Martins, de 60, frequentador da Savassi desde garoto. Não lhe agradam a demora nem o resultado da revitalização. “Veja o Japão… Os japoneses conseguem se reerguer de uma catástrofe e a gente apanhando de uma obra deste tamanho. É tempo demais”, compara. “Não acho que está bonito. Além do mais, se você observar bem, próximo às avenidas, a área de circulação dos pedestres foi reduzida, com a elevação dos canteiros, com estas arquibancadas. Parece mais coisa de futebol. Não tem muito a ver com a Savassi”, critica.
Enquanto cidadãos estão com um pé atrás, lojistas se mostram confiantes na conclusão das obras. “Estamos planejando uma série de eventos para os próximos dois meses, para marcar a reinauguração. Falta pouco e vamos aproveitar o apelo do Dia das Mães, segundo domingo de maio, e Dia dos Namorados, em 12 de junho, para essas atividades culturais e artísticas”, disse o presidente do Conselho da CDL Savassi, Alessandro Runcini. Segundo ele, o cronograma da obra tem sido cumprido. “O que foi acertado com a comissão de obra está mantido. Inicialmente, a conclusão seria em março, mas em outubro houve realocação do canteiro de obras, atendendo a reivindicação dos lojistas, o que gerou o atraso de um mês.” Agora, todos - lojistas, clientes, pedestres, motoristas, usuários em geral - torcem para que o atraso fique apenas nisso.
Quem trabalha na região ou precisa passar por ela por algum motivo não vê a hora de a promessa se cumprir, para poder se livrar de entulho, tapumes, transtorno. E da fuga de clientes. Cristiane Aparecida, de 32 anos, vendedora comissionada, há três anos trabalha na região e diz que é preciso recuperar o tempo perdido. “As vendas caíram demais. Esta obra já tem mais de ano. Não precisava ter demorado tanto e acho que dificilmente vai ficar pronta até o fim do mês, como estão falando.”
A Prefeitura de Belo Horizonte não marca dia para acabar com a expectativa. Em nota oficial, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) apenas confirma o término dos serviços de “infraestrutura em relação às adequações das redes de drenagem de água e esgoto, sistema de irrigação e adequação das redes lógicas das concessionárias de serviços públicos e privados, como telefonia e TV a cabo”.
A diretora de Obras e Infraestrutura, Maria Luisa Moncorvo, afirma que falta pouco para cumprir a previsão de terminar as obras ainda este mês. “Vamos concluir a implantação de todo o projeto no prazo. Estamos na fase de finalização de instalação das fontes e do projeto paisagístico. Seguimos o cronograma, com apenas uma redução das intervenções no fim do ano, para atender às reivindicações dos lojistas. A obra será entregue dentro da concepção original do projeto, com ajustes mínimos necessários em relação a acessibilidade e mobilidade”, disse.
Mas nos quatro quarteirões ainda há muito a ser acabado. A obra nem foi entregue e alguns pontos já carecem de reparos. Na Rua Antônio de Albuquerque, trabalhadores substituem peças do piso. “Tem gente que não tem cuidado. Quase todo dia tem coisa para arrumar”, diz o jovem trabalhador.
Na Praça Diogo de Vasconcelos - com seus novos totens de aço em que o “de” desapareceu do nome oficial -, o que se vê é trabalho por todo canto. No quadrilátero em barro e cimento grosso, o granito, enfim, começa a dar beleza ao revestimento das arquibancadas de concreto. O vaivém das marretas marca o compasso de mais uma tarde de poeira. O barulho das máquinas de cortar pedras se junta ao som dos automóveis, cujos motoristas ainda apanham das novas marcações de trânsito no piso - impressiona a quantidade de desavisados sobre ou além da faixa de pedestres, diante do sinal fechado.
Em conversa informal, um dos operários interrompe a lida para dizer que acredita estar no prazo. “Já até estão regulando a força dos jatos d’água da fonte. É que a água estava indo longe demais, na rua. As luzes também já foram testadas. Está uma beleza. À noite, fica tudo iluminado. Um clarão. Está parecendo campo de futebol”, entusiasma-se.
Mas o entusiasmo não se repete em gente como Carlos Roberto Martins, de 60, frequentador da Savassi desde garoto. Não lhe agradam a demora nem o resultado da revitalização. “Veja o Japão… Os japoneses conseguem se reerguer de uma catástrofe e a gente apanhando de uma obra deste tamanho. É tempo demais”, compara. “Não acho que está bonito. Além do mais, se você observar bem, próximo às avenidas, a área de circulação dos pedestres foi reduzida, com a elevação dos canteiros, com estas arquibancadas. Parece mais coisa de futebol. Não tem muito a ver com a Savassi”, critica.
Enquanto cidadãos estão com um pé atrás, lojistas se mostram confiantes na conclusão das obras. “Estamos planejando uma série de eventos para os próximos dois meses, para marcar a reinauguração. Falta pouco e vamos aproveitar o apelo do Dia das Mães, segundo domingo de maio, e Dia dos Namorados, em 12 de junho, para essas atividades culturais e artísticas”, disse o presidente do Conselho da CDL Savassi, Alessandro Runcini. Segundo ele, o cronograma da obra tem sido cumprido. “O que foi acertado com a comissão de obra está mantido. Inicialmente, a conclusão seria em março, mas em outubro houve realocação do canteiro de obras, atendendo a reivindicação dos lojistas, o que gerou o atraso de um mês.” Agora, todos - lojistas, clientes, pedestres, motoristas, usuários em geral - torcem para que o atraso fique apenas nisso.