A informação da suposta morte cerebral de Maria do Carmo Gomes de Souza, de 52 anos – não confirmada até o fim da noite de ontem pelo Hospital de Pronto-Socorro João XXIII –, aumentou o drama da família, que no sábado enterrou o marido dela, o taxista aposentado Alcindo Pereira Souza, de 62, que era cadeirante
O casal estava no Fiat Uno que foi atingido pelo Vectra do securitário Rodrigo de Oliveira Campos, de 26, no fim da tarde da sexta-feira, na Rua Jacuí, no Ipiranga, Nordeste da capitalRodrigo foi autuado em flagrante e preso por homicídio e lesões corporais dolosos, já que dirigia em alta velocidade e sob suspeita de ter ingerido bebida alcoólicaMais três pessoas ficaram feridasNo fim da tarde de ontem, o irmão de Maria do Carmo, Jeferson Rodrigues da Silva, de 49, foi surpreendido com as informações dos médico sobre a piora da paciente“A médica me disse que na noite do domingo Maria do Carmo teve um quadro de hemorragia cerebralSubmetida a uma cirurgia para drenar e reduzir o inchaço do cérebro, ela não reagiu”, explicou.
Segundo Jeferson, por volta das 16h30 de ontem, quando chegou para visitar sua irmã, a equipe médica já havia realizado dois exames para constatação da morte cerebral, cujo resultado deu positivo“É angustiante, mas temos que esperar pelo terceiro exame, pois faz parte do protocolo médicoMas não resta o que fazer, a não ser providenciar o velório e sepultamentoA família queria doar os órgãos, mas, devido à violência do acidente, não será possível”, lamentouJeferson já adiantou que os parentes pretendem fazer uma cerimônia rápida
“Não queremos prolongar essa dor que nos corrói desde a sexta-feiraTemos que pensar na recuperação do Pedro, que agora ficou órfão.” O menino Pedro Henrique Gomes de Souza, de 12 anos, era filho adotivo do casal e viajava no Uno.
No Vectra, além de Rodrigo, estavam a publicitária Izabela Elza Rodrigues Borges, de 27, e o auxiliar de mecânica Francisco Josué de Souza e Silva, de 26, que sofreram ferimentos levesA delegada Rosângela Tulher, do plantão da Delegacia de Trânsito (Detran), disse que autuou em flagrante o securitário depois de concluir que ele agiu com dolo eventual, ao assumir o risco de provocar o acidente