“Se houve erro, ele não deve ser imputado à Justiça, mas às vítimasCabia a elas apontar o autor dos estuprosSe isso mudou, lamento muitoAtuamos com isenção e confiantes nas provas dos autos, sobretudo nas palavras das vítimas”, disse o procuradorNa época, segundo ele, não se adotava exame de DNA.
O procurador solicitou à Procuradoria-Geral de Justiça o desarquivamento do processo para estudá-lo, havendo possibilidade de o caso ser reabertoEle lembra que as vítimas identificaram, “sem pestanejar”, Paulo Antônio como autor dos crimes“Diante da palavra segura das vítimas, cabia a condenaçãoAgora, se as vítimas estão se desdizendo e apontando outro rapaz como autor dos estupros, a Justiça vai ter de se pronunciarAcho estranho essa mudança de comportamento das vítimas”, disse o procurador.
O advogado Marco Antônio Siqueira, um dos defensores de Paulo Antônio, também deve pedir a revisão criminal do caso
Outra falha do processo, segundo Siqueira, foi não ter havido reconhecimento formal do cliente pelas jovens que o acusavam“Não colocaram meu cliente entre outros homens para que elas pudessem apontá-loTudo foi feito de forma muito simplóriaMeu cliente sempre alegou inocência e tentou se matar cortando os pulsosChegou a ser internado no Hospital Raul Soares”, disse o advogado.
O porteiro Paulo Antônio foi preso em 1º de abril de 1997, então com 51 anos, suspeito de estuprar três menoresEm setembro de 1997, foi condenado a 16 anos e ficou preso quatro anos e três mesesEm julho de 2001 foi para o semi-aberto e novembro de 2002 para o regime aberto