O caso do porteiro Paulo Antônio da Silva, que se diz injustiçado ao ser condenado a 16 anos de prisão por estupro, pode dar uma reviravolta. Uma mulher, que se dizia vítima de Paulo, procurou a Delegacia de Mulheres nesta segunda-feira e mudou o reconhecimento. Para ela, o ex-bancário Pedro Meyer Ferreira Guimarães é na verdade o homem que abusou dela.
De acordo com a polícia, a mulher ficou frente a frente com diferentes homens com as mesmas características dos dois. Ela pediu para todos colocarem os óculos e o boné, e não teve dúvida. Com essa mudança sobre o suspeito do abuso, o caso do porteiro deve ser revisto. "Agora a polícia pode começar a investigar, tendo em vista que uma vítima veio até a delegacia e mudou o reconhecimento. Vamos pedir o desarquivamento do processo e acionar a Justiça e o Ministério Público ainda nesta semana", afirma o investigador Gustavo Muniz.
O porteiro Paulo Antônio foi preso em 1º de abril de 1997, então com 51 anos, suspeito de estuprar três menores. Em setembro de 1997, foi condenado a 16 anos e ficou preso quatro anos e três meses. Em julho de 2001 foi para o semi-aberto e novembro de 2002 para o regime aberto. Em fevereiro deste ano, obteve a liberdade condicional. Após a divulgação do caso de Pedro Meyer, a família de Paulo começou a suspeitar que ele foi injustiçado devido a semelhança física entre os dois.
Ex-bancário já foi reconhecido por 10 vítimas
Nesta segunda-feira, outra vítima de Pedro Meyer prestou depoimento. A mulher, de 26 anos, afirma que foi abusada por Pedro quando tinha nove anos. A vítima afirmou que brincava de pique-esconde em um prédio no Bairro Cidade Nova, e se deparou com o ex-bancário quando foi se esconder. "Ela disse que Pedro a levou para a garagem onde praticou o estupro", afirma Gustavo Muniz.
Com as vítimas desta segunda, o ex-bancário já foi reconhecido por 10 pessoas. A polícia acredita que esse número pode passar de 14.