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Estado de Minas

Técnica em enfermagem não foi a única culpada por dar ácido a criança, diz polícia

Nesta terça-feira, a enfermeira e a médica que atendeu a criança prestaram depoimento


postado em 17/04/2012 15:47 / atualizado em 17/04/2012 20:28

A técnica em enfermagem que ministrou ácido em vez de sedativo ao menino Alan Bruno Castro Novais, de 2 anos, no Hospital São Camilo, prestou depoimento na manhã desta terça-feira, na delegacia Regional Leste. Após a oitiva, a delegada Maria Helena Resende, responsável pelo caso, afirmou que a mulher não foi a única culpada pela troca de medicamento. Nesta semana, outros funcionários do hospital devem ser ouvidos.

De acordo com a Polícia Civil, a técnica de enfermagem contou que ministrou o medicamento após pegar a receita com a médica. Ela pediu o sedativo para a supervisora na farmácia do hospital, mas esta disse que não precisava cedê-lo, pois o remédio já estava na enfermaria. A mulher, então, pensou que fosse um medicamento genérico. “ Vamos apurar como que esse remédio foi parar lá”, afirma a delegada.

O diretor técnico da unidade de saúde, Olival Lacerda de Oliveira, também esteve na delegacia hoje para acompanhar o depoimento da funcionária. Ele já tinha se apresentado à delegada na segunda-feira e afirmou que a troca foi uma fatalidade, devido à semelhança dos medicamentos. “Normalmente ficam em locais distantes e, por uma fatalidade, esse frasco, neste dia, estava em uma mesma bancada”, alegou o diretor técnico.

A médica que atendeu o garoto no Hospital São Camilo, em 8 de abril, também foi ouvida. À polícia, ela disse que, quando tomou conhecimento da ministração da medicação errada, determinou, sob orientação do setor de Toxicologia do Hospital João XXIII, que a boca da criança fosse lavada e ela fosse ainda medicada com dipirona na veia.

Relembre o caso

Alan recebeu o ácido no Hospital São Camilo, no Bairro Floresta, Região Leste de Belo Horizonte, quando se preparava para fazer uma tomografia após bater a cabeça em casa, no Bairro Jardim dos Comerciários, Região de Venda Nova. A técnica em enfermagem trocou os remédios e ministrou, em vez de um sedativo, um ácido para cauterizar verrugas. A profissional está afastada do cargo enquanto o hospital investiga o ocorrido.

No início da noite dessa segunda, Alan saiu da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e foi transferido para um quarto do Hospital Felício Rocho. Segundo o último boletim médico, o menino se recupera bem e não apresenta febre ou infecção. Agora no quarto, Alan receberá o acompanhamento dos pais em tempo integral.

A criança ainda se alimenta através de uma sonda. Um novo exame de endoscopia digestiva, para verificar a cicatrização da região que sofreu queimaduras, será feiro em um prazo de 10 a 14 dias. Dependendo do resultado, Alan poderá voltar a ingerir alimentos líquidos por via oral. A expectativa é de que o menino tenha alta do hospital em até uma semana.


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