A defesa do porteiro Paulo Antônio da Silva, que foi condenado a 16 anos de prisão e teria sido confundido com ex-bancário Pedro Meyer Ferreira Guimarães, reconhecido por 11 vítimas de abusos sexuais, disse que o homem pode ter mais um sósiaEssa terceira pessoa seria Eugênio Fiuza de Queiroz, que está preso desde 1997 e hoje cumpre pena em regime semiaberto na Penitenciária José Maria Alkmin, em Ribeirão das Neves, na Grande BHDe acordo com o advogado Marco Antônio Siqueira, Queiroz foi condenado por uma série de estupros de adolescentes entre 1990 e 1999 e tem as mesmas características do Maníaco do Anchieta e de Silva
A suspeita de que houve confusão surgiu em 1997 e foi levantada por Paulo Antônio“Na época em que foi preso, ele mesmo dizia que se parecia muito com o Eugênio, que também já cumpria penaEugênio também tem as mesmas características, como bigode espesso e pele branca”, afirma o advogado do porteiroEle acredita que as vítimas foram induzidas ao erro devido a falhas na forma de identificação“Na época, eles filmaram o Paulo e mostraram para a vítimaNão o colocaram junto com outras pessoas com as mesmas característicasE como não havia ninguém para comparar, a vítima o reconheceu como estuprador”, explica SiqueiraAlém disso, segundo o advogado, o mesmo retrato falado usado para Eugênio também foi usado para Paulo
O advogado Marco Antônio Siqueira explica que um fator pode ajudar a provar a inocência do porteiroSegundo ele, a delegada responsável pelo inquérito policial disse em uma audiência de justificação que não podia assegurar que o porteiro era culpado“Na audiência ela falou com o juiz que não tinha certeza da culpa dele (Paulo Antônio da Silva)Pois, enquanto ele estava preso, os mesmos crimes com os mesmos modos de agir continuaram acontecendo no Bairro Cidade Nova”, explica Siqueira
Relembre o caso do porteiro
O porteiro Paulo Antônio foi preso em 1º de abril de 1997, então com 51 anos, suspeito de estuprar três menoresEm setembro de 1997, foi condenado a 16 anos e ficou preso quatro anos e três mesesEm julho de 2001, passou para o semi-aberto e, em novembro de 2002, para o regime abertoEm fevereiro deste ano, obteve a liberdade condicionalApós a divulgação do caso de Pedro Meyer, a família de Paulo começou a suspeitar que ele foi injustiçado devido à semelhança física entre os dois
Na última segunda-feira, uma mulher, que se dizia vítima de Paulo, procurou a Delegacia de Mulheres e mudou o reconhecimento