Jornal Estado de Minas

Polícia ouve mais envolvidos no caso do menino que ingeriu ácido em hospital

O teor dos depoimentos não será divulgado para não atrapalhar as investigações

João Henrique do Vale
A polícia ouviu na tarde desta quarta-feira mais dois funcionários do Hospital São Camilo que trabalhavam no local no dia em que o menino Alan Bruno Castro Novais, de 2 anos, recebeu ácido em vez de um sedativo
Prestaram depoimento uma técnica de enfermagem e um médico que fez o atendimento ao garoto na unidadeAté a sexta-feira, mais seis pessoas devem ser ouvidas.

De acordo com a Polícia Civil, a delegada Maria Helena Resende informou que o teor dos depoimentos não será mais divulgado para não atrapalhar as investigaçõesA delegada só vai se manifestar sobre o caso na próxima semana

Na terça-feira, a técnica em enfermagem Karla Andrea de Oliveira Maron, de 45 anos, responsável por ministrar a medicação errada, e a médica Ester Ramos Ribeiro, 31, que estava de plantão no dia do atendimento da criança, também prestaram depoimentoA técnica de enfermagem disse que ministrou o medicamento depois de pegar a receita com a médicaSegundo ela, ao solicitar o remédio à supervisora da farmácia do hospital, foi informada que a medicação já estava disponível na enfermariaNo local, ao ver uma embalagem diferente, a técnica de enfermagem pensou que se tratasse de um medicamento genérico e o ministrou à criança.

A médica, por sua vez, declarou que, assim que tomou conhecimento do erro na medicação de Alan Bruno, prestou os primeiros atendimentos, sob a orientação de especialistas do setor de toxicologia do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, com quem entrou em contato para pedir ajudaEla foi orientada a lavar a boca de Alan e a ministrar o analgésico dipirona na veia da criança.

Relembre o caso

Alan recebeu o ácido no Hospital São Camilo, no Bairro Floresta, Região Leste de Belo Horizonte, quando se preparava para fazer uma tomografia após bater a cabeça em casa, no Bairro Jardim dos Comerciários, Região de Venda NovaA técnica em enfermagem ministrou, em vez de um sedativo, um ácido para cauterizar verrugasA profissional está afastada do cargo enquanto o hospital investiga o ocorrido


No início da noite de segunda, Alan saiu da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e foi transferido para um quarto do Hospital Felício RochoSegundo o último boletim médico, o menino se recupera bem e não apresenta febre ou infecçãoAgora no quarto, Alan receberá o acompanhamento dos pais em tempo integral

A criança ainda se alimenta através de uma sondaUm novo exame de endoscopia digestiva, para verificar a cicatrização da região que sofreu queimaduras, será feiro em um prazo de 10 a 14 diasDependendo do resultado, Alan poderá voltar a ingerir alimentos líquidos por via oralA expectativa é de que o menino tenha alta do hospital em até uma semana