Entre as vítimas estão duas mulheres que foram estupradas juntas, no Bairro Nacional, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O crime aconteceu em 2001, quando elas tinham 16 e 18 anos. Elas disseram que foram ameaçadas com uma arma pelo agressor que estava usando boné. Mesmo sem o reconhecimento oficial, as mulheres afirmaram que o olhar e as características da sobrancelha não deixam dúvidas de que ele é o autor do estupro.
A outra mulher, que chegou sem marcação prévia ao local, disse que foi abusada em 1994, no Bairro Cidade Nova, Região Nordeste de BH. Na época ela tinha 11 anos. Já a mulher que não aguentou esperar o suspeito tem 30 anos e foi violentada no Bairro Santa Lúcia, Região Centro-Sul da capital. Ela deveria ter prestado depoimento na última segunda-feira, mas passou mal ao se lembrar da violência. A irmã dela foi atacada no mesmo dia e já reconheceu Pedro Meyer como autor do estupro. A polícia deve marcar um outro dia para ela fazer o reconhecimento.
Caso todas as vítimas reconheçam Pedro, o número de casos do maníaco sobe para 15.
Cigarro como aliado
O advogado do ex-bancário, Lucas Laire, afirmou que o cigarro está sendo um aliado para manter a integridade física do preso. De acordo com o defensor, Pedro recebe diversos maços da família, mesmo não sendo fumante. O material é distribuído entre os outros detentos e isso é que estaria “mantendo a integridade física de Pedro”, disse o advogado.
O defensor enviou ofício ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Comissão de Direitos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Ordem dos Advogados do Brasil e Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) pedindo a garantia de vida para o cliente e a transferência de Pedro para uma cela separada ou especial.
Pedro Meyer tem aparecido na delegacia muito machucado. Segundo Laire, o cliente está “definhando” por causa das agressões sofridas tanto na cadeia quanto em viaturas da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi). O advogado registrou dois boletins de ocorrência. Um no dia 30 de março, denunciando que Pedro Meyer apanhou na penitenciária, e outro no dia 4 de abril, relatando que o homem foi espancado em um carro da Suapi.
O advogado também informou que já entrou com um habeas corpus para tentar retirar Pedro da cadeia. Porém, o documento pode perder o efeito, já que a prisão preventiva dele pode sair a qualquer momento. Caso isso aconteça, o defensor já afirmou que entrará com mais um recurso.