A mãe do bebê de quatro meses que segue internado no Hospital da Baleia, após receber leite na veia ao invés de soro, prestou depoimento nesta segunda-feira. De acordo com a Polícia Civil, o delegado Ricardo Augusto de Faria, da 4ª Delegacia Sul, ouviu a manicure Mariana Cristina Vieira de Souza, de 21 anos, na própria unidade. O teor da oitiva não será divulgado para não atrapalhar as investigações.
Até o final da semana, o delegado ainda deve ouvir a enfermeira responsável pelo plantão do dia do incidente, que injetou o leite, assim como a técnica de enfermagem que trabalhava no local e a médica chefe do departamento de pediatria. A polícia já abriu inquérito para investigar o caso.
De acordo com o Hospital da Baleia, o garoto apresenta melhoras a cada dia. Ele segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas pode ter alta da unidade nos próximos dias.
Ácido
A polícia também investiga um caso de erro dentro de outro hospital de Belo Horizonte. O garoto Alan Bruno Castro Novais, de 2 anos, recebeu ácido no Hospital São Camilo, no Bairro Floresta, Região Leste de Belo Horizonte, quando se preparava para fazer uma tomografia, após bater a cabeça em casa, no Bairro Jardim dos Comerciários, Região de Venda Nova. A técnica em enfermagem ministrou, em vez de um sedativo, um ácido para cauterizar verrugas. A profissional está afastada do cargo enquanto o hospital investiga o ocorrido.
O menino segue internado no Hospital Felício Rocho. Nesta segunda-feira, ele passou por uma endoscopia. De acordo com o médico Paulo Bitencourt, o exame detectou que o esôfago do garoto está praticamente cicatrizado. Alan terá de voltar para a UTI apenas para retirar uma cânula traqueal, colocada pelos médicos durante uma cirurgia. Segundo o hospital, a ida para a unidade é apenas por segurança.
A polícia já ouviu alguns profissionais que estavam no hospital no dia do incidente. A técnica em enfermagem Karla Andrea de Oliveira Maron, de 45 anos, responsável por ministrar a medicação errada, disse que deu o remédio após pegar receita com a médica. Segundo ela, ao solicitar o remédio à supervisora da farmácia do hospital, foi informada que a medicação já estava disponível na enfermaria. No local, ao ver uma embalagem diferente, a técnica de enfermagem pensou que se tratasse de um medicamento genérico e o ministrou à criança.
O teor dos outros depoimentos não foi divulgado para não atrapalhar nas investigações.