Estimativas da Rede Interagencial de Informações para a Saúde (Ripsa), que reúne universidades e outras instituições de pesquisa, além de órgãos do governo como Ministério da Saúde e o próprio IBGE, já indicavam havia alguns anos queda na mortalidade infantil bem mais acentuada do que a registrada anualmente pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad)Com a divulgação do Censo 2010, os dados oficiais e as estimativas se aproximam.
Na última década, a maior redução na mortalidade de bebês ocorreu na Região Nordeste, com queda de 58,6%: de 44,7 mortes/1 mil nascidos vivos para 18,5/1 milO conjunto dos estados nordestinos continua a ter a pior taxa, mas a diferença em relação às demais regiões caiu significativamenteNo Norte, o índice é de 18,1 mortes/1 mil nascidos vivosO Centro-Oeste registrou 14,2/1 mil, o Sudeste chegou a 13,1/1 mil e o Sul continuou com a menor taxa: 12,6/1 mil.
Segundo técnicos do IBGE, a queda recorde na morte de bebês é resultado de uma combinação de fatores, como a redução da taxa de fecundidade (menor número de filhos por mulher), a ampliação de políticas públicas de prevenção em saúde, as melhorias no saneamento básico, o aumento da renda, especialmente da população mais pobre, e maior escolaridade das mães.
Porém, mesmo com os avanços, o Brasil ainda está longe dos padrões dos países mais desenvolvidos, que ostentam taxas de cinco mortes por 1 mil nascidos vivos ou menosOs índices mais baixos, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), são da Islândia, Cingapura e Japão, em torno de 3 mortes/1 milNas Américas, Cuba tem a menor taxa (5,1 mortes/1 mil nascimentos)Na América do Sul, o Brasil continua atrás da Argentina (13,4/1 mil), Uruguai (13,1/1 mil) e Chile (7,2/1 mil)