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Estado de Minas

Menina de BH que nasceu com 360 gramas terá alta nesta quarta-feira

A criança é a única do país com menos de 400 gramas a sobreviver


postado em 02/05/2012 06:54 / atualizado em 02/05/2012 07:00

Imagem divulgada por hospital mostra pé da criança pouco depois de nascer: hoje, ela pesa 3,3 quilos(foto: Vanuza da Silva Moreira)
Imagem divulgada por hospital mostra pé da criança pouco depois de nascer: hoje, ela pesa 3,3 quilos (foto: Vanuza da Silva Moreira)
Alexandra Terzis, de 32 anos, vai hoje ao Hospital Vila da Serra, acompanhada do marido, com a certeza de que receberá, nas mãos, um milagre chamado Carolina, a menina que nasceu prematura, com 25 semanas de gestação, e está sendo considerada o menor bebê do Brasil, com 360 gramas e 27 centímetros. A criança é ainda, para a família, símbolo da resistência, da vontade de viver e da força da fé. Hoje ela terá alta, com 3,3kg e 32 centímetros, e vai para casa depois de quase seis meses de internação.

“É mesmo um milagre e tenho que, primeiro, agradecer a Deus; depois, a família, os amigos e os vizinhos pelas correntes de oração e apoio”, diz Alexandra. A luta da mãe e do bebê foi acompanhada, passo a passo, com muita esperança, pelos moradores da Rua Comendador Vianna, no Bairro Mangabeiras. Carolina é a quinta criança que nasceu com menos de 400g no país e a única que sobreviveu. No mundo, o menor nasceu em Miami (EUA), com 270g.

Feliz e aparentemente descansada depois de tanta luta, Alexandra não quis nem ser fotografada sozinha. Deixou para hoje, no hospital, quando estiver com Carolina nos braços. “Foi Deus quem a curou”, diz a mãe. O drama de Alexandra começou em novembro, quando ela se sentiu mal, com 25 semanas de gestação, e procurou a obstetra que a acompanhava. Segundo nota divulgada pelo hospital, “estava com doença hipertensiva específica da gravidez” e foi internada com “quadro de eclâmpsia, convulsão”.

Para os médicos, o parto era questão de urgência. E nasceu Carolina, em 16 de novembro, que foi entubada ainda na sala de parto e levada, imediatamente, à Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Apresentou complicações inerentes à prematuridade”, diz a nota. E Carol, como é chamada, venceu a primeira batalha: uma ligadura cirúrgica do canal arterial, que estava rompido.

Dreno A segunda provação foi uma “entecolite necrosante”, aos 23 dias de vida, com perfuração da alça intestinal. Os médicos fizeram uma laparotomia, com a colocação de um dreno. Para sorte de Carol, não foi preciso procedimento cirúrgico para reconstituição do “trânsito intestinal”. A saga do menor bebê do Brasil não terminou aí. A menina precisou tomar um anti-inflamatório para os vasos saguíneos e, por último, enfrentou com os médicos uma hemorragia intraventricular, que o pequenino organismo absorveu.

Carolina sai hoje do hospital com a idade corrigida para dois meses e 18 dias e, segundo a nota do hospital, com “bom padrão de sucção e dependente de oxigênio. A medicação, agora, é à base de suplemento de ferro e vitaminas. Será recebida com festa e aplausos na casa dos avós maternos, na Rua Comendador Vianna, onde os pais estão hospedados desde o primeiro dia dessa via-crúcis.

“Por três vezes a Carol foi desenganada, mas resistiu. Nunca perdi a fé. Vou me dedicar totalmente a ela. É um presente de Deus”, diz Alexandra. Ela sabe que, se pretender ter mais filhos, terá uma gravidez de risco. Independentemente disso, já tem planos para dar um irmão à filha: “Vou adotar um menino e me dedicar também a ele. Será uma forma de agradecer a Deus por esse presente maravilhoso”.

Memória - atriz teve filha prematura em BH

Em 1994, a atriz Letícia Sabatella, viveu um drama semelhante ao que enfrentou Alexandra Terzis. A atriz estava com o marido Ângelo Antônio em Curvelo, no Norte de Minas, quando sentiu as primeiras contrações. Com apenas 27 semanas de gestação, Letícia foi trazida para um hospital em Belo Horizonte para dar à luz a Clara, hoje uma adolescente com 18 anos. Durante três meses, a atriz praticamente morou no hospital onde a filha estava internada e comoveu todo o país quando voltou para a casa com a filha no colo. "A Clara teve um período de recuperação em que aconteceram grandes milagres e grandes ações amorosasbem torno da gente”, declarou, à epoca.


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