(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Acesso a UTIs ainda é desigual para prematuros


postado em 03/05/2012 06:00 / atualizado em 03/05/2012 06:46

A assistência médica especializada e a boa infraestrutura hospitalar recebidas pela pequena Carolina, que nasceu prematura em um hospital de Nova Lima, na Grande BH, foram fundamentais para que ontem ela pudesse ir para casa. Mas a realidade vivida pela bebê não é a mesma em todo o estado. Com 499 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) credenciados pelo Ministério da Saúde, Minas chega a ter um superávit de 120 vagas. No entanto, convive com situações díspares que podem prejudicar o atendimento a crianças que nascem com menos de 36 semanas. Enquanto em algumas regiões sobram leitos, em outras, como o Vale do Jequitinhonha, eles sequer existem.

A má distribuição dos leitos, de acordo com o presidente da Sociedade Mineira de Pediatria, Paulo Poggiali, pode reduzir as chances de sobrevivência. “Belo Horizonte e cidades polo têm condições de fazer o atendimento a prematuros. Infelizmente, os municípios precisam transferir pacientes, já que não há distribuição adequada das vagas. Muitos bebês morrem porque são absolutamente frágeis”, garante Poggiali.

Dados do Ministério da Saúde mostram que dos 2,8 milhões de nascidos vivos em 2010 no país 204 mil eram prematuros e 21 mil não sobreviveram, uma média de 10% de óbitos. Em Belo Horizonte, dos 31 mil bebês nascidos no mesmo ano, 2,8 mil nasceram prematuramente e 232 foram a óbito (8,2%). No ano passado, a média de mortes foi menor. Nasceram 3,4 mil prematuros dentro de um universo de 31 mil bebês. Desses, 195 não sobreviveram, ou seja, 5,7%. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) não informou os números de Minas Gerais.

Segundo Poggiali, a pequena Carolina teve boa evolução porque foi bem assistida. “Uma criança com esse peso e idade gestacional só resiste se estiver em uma unidade hospitalar com estrutura física adequada e profissionais especializados, como médicos intensivistas e enfermagem bem treinada”. Sem fazer distinção entre as redes particular e privada, o médico afirma que a falta de leitos em todas as regiões de Minas é resultado de falhas nas políticas trabalhistas.

“Os governos devem investir na fixação de médicos obstetras e pediatras”, afirma. Segundo ele, é necessário otimizar o atendimento pré-natal . “Só assim o obstetra tem condição de definir se a gravidez está evoluindo para a prematuridade e encaminhar a paciente para uma unidade especializada”, disse. De acordo com a SES, o governo estadual irá melhorar a distribuição dos leitos de neonatal por meio de consórcios entre municípios. No Vale do Jequitinhonha oito leitos de UTI serão criados por meio de parceria com a rede Cegonha, do governo federal.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)