A má distribuição dos leitos, de acordo com o presidente da Sociedade Mineira de Pediatria, Paulo Poggiali, pode reduzir as chances de sobrevivência“Belo Horizonte e cidades polo têm condições de fazer o atendimento a prematuros Infelizmente, os municípios precisam transferir pacientes, já que não há distribuição adequada das vagasMuitos bebês morrem porque são absolutamente frágeis”, garante Poggiali.
Dados do Ministério da Saúde mostram que dos 2,8 milhões de nascidos vivos em 2010 no país 204 mil eram prematuros e 21 mil não sobreviveram, uma média de 10% de óbitosEm Belo Horizonte, dos 31 mil bebês nascidos no mesmo ano, 2,8 mil nasceram prematuramente e 232 foram a óbito (8,2%)No ano passado, a média de mortes foi menorNasceram 3,4 mil prematuros dentro de um universo de 31 mil bebês
Segundo Poggiali, a pequena Carolina teve boa evolução porque foi bem assistida“Uma criança com esse peso e idade gestacional só resiste se estiver em uma unidade hospitalar com estrutura física adequada e profissionais especializados, como médicos intensivistas e enfermagem bem treinada”Sem fazer distinção entre as redes particular e privada, o médico afirma que a falta de leitos em todas as regiões de Minas é resultado de falhas nas políticas trabalhistas.
“Os governos devem investir na fixação de médicos obstetras e pediatras”, afirmaSegundo ele, é necessário otimizar o atendimento pré-natal “Só assim o obstetra tem condição de definir se a gravidez está evoluindo para a prematuridade e encaminhar a paciente para uma unidade especializada”, disseDe acordo com a SES, o governo estadual irá melhorar a distribuição dos leitos de neonatal por meio de consórcios entre municípiosNo Vale do Jequitinhonha oito leitos de UTI serão criados por meio de parceria com a rede Cegonha, do governo federal.