Depois de seis meses de internação, a menina Carolina, que nasceu prematura, com 360g e 27cm, passou nessa quinta-feira o primeiro dia em casaPara surpresa de todos, dormiu a noite quase toda, "como uma rainha", segundo os pais, acordando uma única vez para mamarNão se sabe o motivo de tanto o sono, já que, como a maioria dos recém-nascidos, deveria ter um repouso intermitente, provocando olheiras enormes nos paisPossivelmente tenha gostado de conhecer finalmente o próprio quarto, preparado com carinho pelos pais, a psicóloga Alexandra Terzis e o mecânico Thiago Fernandes.
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Talvez Carolina tenha gostado de se deitar no próprio berço, depois de enfrentar meses revezando-se entre passagens pela incubadora e pelo berçário do hospitalEla também pode ter ficado cansada, de tanto ter sido tocada, abraçada e beijada pelos pais, que não se cansam de apertar a bonequinhaAfinal, os três enfrentaram meses de aflição“Nos primeiros três meses, Carolina viveu uma situação extremamente delicadaEla tinha de estar quieta, pois tinha de ganhar pesoA gente evitava até tocar nela para que ela não gastasse energiaQualquer esforço fazia ela perder peso”, desabafa Thiago.
Mas o pior ficou para trásCarolina já está em casa e dorme à noite quase toda, das 21h até as 4h30
“Carolina não gosta de pacotinho, prefere ficar solta e chora quando quer coloJá firma as perninhas e balança o pescoçoProcura as vozes e segue os estímulos, virando o rostinho na direção de onde vem o som”, conta o pai, que está descobrindo a filha, aos poucosEle quer dizer também que apesar de ser cedo para dizer se Carolina não terá sequelas, a filha ultrapassa a fase de desenvolvimento esperada para um bebê com idade corrigida de dois meses e 18 dias.
Carolina deveria nascer em 27 de fevereiro, mas o parto teve de ser antecipado para novembro, em função do quadro de eclâmpsia da mãe, que chegou a ficar oito dias na UTI e mais uma semana no quartoDevido ao risco de infecção e à falta de reservas da neném, o casal segue a recomendação médica de não receber visitas, nem a ajuda dos avósSó de longe, seja para comprar um remédio ou fazer o supermercado
“Ninguém imagina o que eu passei do lado de fora do quarto, sem poder ver as duas”, desabafa o paiCoruja, ele exagera: “Carolina é uma mistura de nós dois, mas se parece mais comigo”Nesse momento do telefonema, ouve-se um grito ao fundo da mãe, Alexandra, que está ocupada dando a mamadeira ao neném: “Nada disso, ela se parece comigo também!” Os dois dão risadas, felizes da vida