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Estado de Minas

Bebê que nasceu com 360g passa primeiro dia em casa

Menina que ficou seis meses no hospital tem primeiro dia tranquilo no lar, para alegria dos pais


postado em 04/05/2012 06:00 / atualizado em 04/05/2012 11:14

Alexandra Terzis só acordou uma vez à noite para alimentar a filha(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Alexandra Terzis só acordou uma vez à noite para alimentar a filha (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Depois de seis meses de internação, a menina Carolina, que nasceu prematura, com 360g e 27cm, passou nessa quinta-feira o primeiro dia em casa. Para surpresa de todos, dormiu a noite quase toda, "como uma rainha",  segundo os pais, acordando uma única vez para mamar. Não se sabe o motivo de tanto o sono, já que, como a maioria dos recém-nascidos, deveria ter um repouso intermitente, provocando olheiras enormes nos pais. Possivelmente tenha gostado de conhecer finalmente o próprio quarto, preparado com carinho pelos pais, a psicóloga Alexandra Terzis e o mecânico Thiago Fernandes.


Talvez Carolina tenha gostado de se deitar no próprio berço, depois de enfrentar meses revezando-se entre passagens pela incubadora e pelo berçário do hospital. Ela também pode ter ficado cansada, de tanto ter sido tocada, abraçada e beijada pelos pais, que não se cansam de apertar a bonequinha. Afinal, os três enfrentaram meses de aflição. “Nos primeiros três meses, Carolina viveu uma situação extremamente delicada. Ela tinha de estar quieta, pois tinha de ganhar peso. A gente evitava até tocar nela para que ela não gastasse energia. Qualquer esforço fazia ela perder peso”, desabafa Thiago.

Mas o pior ficou para trás. Carolina já está em casa e dorme à noite quase toda, das 21h até as 4h30. Faz uma pausa para tomar uma mamadeira e volta a dormir. Desperta novamente às 7h30, três horas depois, feito um reloginho. “Quer dizer, esta foi a nossa primeira noite com ela. Vai ver ela ficou cansada por que o dia foi cheio e a mudança estressante. Mas, parece que nossa filha não chora e nem vai dar trabalho para dormir”, comemora o paizão, sem querer acreditar no presente dos céus.

“Carolina não gosta de pacotinho, prefere ficar solta e chora quando quer colo. Já firma as perninhas e balança o pescoço. Procura as vozes e segue os estímulos, virando o rostinho na direção de onde vem o som”, conta o pai, que está descobrindo a filha, aos poucos. Ele quer dizer também que apesar de ser cedo para dizer se Carolina não terá sequelas, a filha ultrapassa a fase de desenvolvimento esperada para um bebê com idade corrigida de dois meses e 18 dias.

Carolina deveria nascer em 27 de fevereiro, mas o parto teve de ser antecipado para novembro, em função do quadro de eclâmpsia da mãe, que chegou a ficar oito dias na UTI e mais uma semana no quarto. Devido ao risco de infecção e à falta de reservas da neném, o casal segue a recomendação médica de não receber visitas, nem a ajuda dos avós. Só de longe, seja para comprar um remédio ou fazer o supermercado. A batalha daqui para frente ainda é grande. Mas Carolina é forte. Ontem, tomou três vacinas, sem chorar. “Foi a conta de tirar a agulha e ela já parou de chorar. Ela é forte e já está acostumada a reagir, por tudo o que já passou”, orgulha-se.

“Ninguém imagina o que eu passei do lado de fora do quarto, sem poder ver as duas”, desabafa o pai. Coruja, ele exagera: “Carolina é uma mistura de nós dois, mas se parece mais comigo”. Nesse momento do telefonema, ouve-se um grito ao fundo da mãe, Alexandra, que está ocupada dando a mamadeira ao neném: “Nada disso, ela se parece comigo também!” Os dois dão risadas, felizes da vida.


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