Jornal Estado de Minas

Julgamento de integrante do Bando da Degola é adiado pela quarta vez

Defesa do acusado, que aguarda o julgamento preso, alega que ele se encontra com a saúde debilitada

Daniel Silveira
Pela quarta vez consecutiva a Justiça adia o julgamento de Arlindo Soares Lobo, acusado de participação no brutal assassinato de dois empresário em um apartamento do Bairro Sion, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, em abril de 2010, caso que ficou conhecido como Bando da Degola
Novamente a defesa do réu alegou que ele está com a saúde debilitada, o que lhe prejudicaria a autodefesaO júri popular estava marcado para esta quinta-feira e foi remarcado para o dia 14 de setembro.

Arlindo é um dos oito acusados pelo sequestro, tortura e morte de dois empresários - Foto: Euler Junior/EM/D.A Press. De acordo com a assessoria do Fórum Lafayette, o juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes, presidente do 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, considerou que o adiamento não trará prejuízo ao acusado nem à sociedade, pois o pedido partiu da própria defesa e o acusado encontra-se presoO magistrado ainda determinou a expedição de ofício para o médico e a psicóloga que acompanham o tratamento do acusado, solicitando que ambos apresentem um relato sobre a situação em que ele se encontraO juiz determinou também que, se necessário, Arlindo seja encaminhado para atendimento hospitalar com a devida escolta.

O juiz salientou que o próximo julgamento não será adiado pelo estado de depressão do acusado, destacando que caso a situação esteja comprometendo a autodefesa, deverá ser instaurado o incidente de insanidade mentalEm dezembro de 2011, a Justiça já havia adiado o julgamento de Arlindo devido ao seu estado de saúdeEle seria julgado juntamente com o policial Renato Mozer que, na ocasião, foi condenado a 59 anos de prisão em regime fechado.

O último adiamento do júri ocorreu em fevereiro, quando o advogado de Arlindo alegou que um laudo pericial da Polícia Civil anexado na véspera do júri aos autos do processo o impediria de fazer a defesa, já que ele desconhecia o conteúdo do documento

Arlindo Lobo cursava Direito à época do crimeEle foi pronunciado por homicídio qualificado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilha e aguarda julgamento detido no presídio de São Joaquim de Bicas IIDurante a fase de instrução e julgamento do processo Arlindo afirmou no tribunal que foi contratado como motorista de Frederico Flores, líder do Bando da DegolaArlindo teria transportado os corpos das vítimas no dia dos homicídios
Ele confessou que esteve no apartamento no dia do assassinato dos empresáriosPorém, Arlindo negou a participação no crime

Ao todo, oito pessoas respondem pelo assassinato dos empresários Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, e Rayder Santos Rodrigues, de 39De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, os oito sequestraram e extorquiram os empresáriosApós fazer saques e transferências de valores das contas deles, o grupo os assassinou e transportou os corpos no porta-malas do carro de uma das vítimas para a região de Nova Lima, onde foram deixados sem as cabeças.

Frederico Flores, apontado como líder do grupo, está presoNa mesma situação, estão os cabos da PM Renato Mozer, já condenado, e André Bartolomeu, que ainda aguarda o júri, e o garçom Adrian Grigorcea também está detido aguardando a JustiçaA médica Gabriela Costa, o advogado Luiz Astolfo e o pastor evangélico Sidney Beijamin respondem o processo em liberdade