Pela quarta vez consecutiva a Justiça adia o julgamento de Arlindo Soares Lobo, acusado de participação no brutal assassinato de dois empresário em um apartamento do Bairro Sion, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, em abril de 2010, caso que ficou conhecido como Bando da Degola. Novamente a defesa do réu alegou que ele está com a saúde debilitada, o que lhe prejudicaria a autodefesa. O júri popular estava marcado para esta quinta-feira e foi remarcado para o dia 14 de setembro.
O juiz salientou que o próximo julgamento não será adiado pelo estado de depressão do acusado, destacando que caso a situação esteja comprometendo a autodefesa, deverá ser instaurado o incidente de insanidade mental. Em dezembro de 2011, a Justiça já havia adiado o julgamento de Arlindo devido ao seu estado de saúde. Ele seria julgado juntamente com o policial Renato Mozer que, na ocasião, foi condenado a 59 anos de prisão em regime fechado.
O último adiamento do júri ocorreu em fevereiro, quando o advogado de Arlindo alegou que um laudo pericial da Polícia Civil anexado na véspera do júri aos autos do processo o impediria de fazer a defesa, já que ele desconhecia o conteúdo do documento.
Arlindo Lobo cursava Direito à época do crime. Ele foi pronunciado por homicídio qualificado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilha e aguarda julgamento detido no presídio de São Joaquim de Bicas II. Durante a fase de instrução e julgamento do processo Arlindo afirmou no tribunal que foi contratado como motorista de Frederico Flores, líder do Bando da Degola. Arlindo teria transportado os corpos das vítimas no dia dos homicídios. Ele confessou que esteve no apartamento no dia do assassinato dos empresários. Porém, Arlindo negou a participação no crime.
Ao todo, oito pessoas respondem pelo assassinato dos empresários Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, e Rayder Santos Rodrigues, de 39. De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, os oito sequestraram e extorquiram os empresários. Após fazer saques e transferências de valores das contas deles, o grupo os assassinou e transportou os corpos no porta-malas do carro de uma das vítimas para a região de Nova Lima, onde foram deixados sem as cabeças.
Frederico Flores, apontado como líder do grupo, está preso. Na mesma situação, estão os cabos da PM Renato Mozer, já condenado, e André Bartolomeu, que ainda aguarda o júri, e o garçom Adrian Grigorcea também está detido aguardando a Justiça. A médica Gabriela Costa, o advogado Luiz Astolfo e o pastor evangélico Sidney Beijamin respondem o processo em liberdade.