Cruzar ruas e avenidas de Belo Horizonte de volta para casa, rumo ao trabalho ou à escola se transformou em desafioE a tarefa pode se tornar intransponível ao menor sinal de anormalidade em um ponto estratégico, seja uma batida sem maior gravidade ou mesmo um veículo estragadoCom a cidade saturada por uma frota que já beira 1,5 milhão de automóveis e não para de crescer, obras travando os principais corredores, falta de agentes para disciplinar o trânsito e um metrô que não avança para tirar carros das ruas, a mobilidade pode entrar em colapso com um simples acidenteFoi o que ficou provado na terça-feira, quando um caminhão atravessado no Anel Rodoviário comprometeu o tráfego nos dois sentidos da viaCom o agravante da chuva, o resultado foram 50 quilômetros de congestionamentos, espalhados pela cidade como em um efeito dominó, e motoristas revoltados nos quatro cantos da capital.
A inexistência de um plano de contingência, que permitiria orientar motoristas no redirecionamento da rota, agrava ainda mais a situação Isso começou a ficar mais claro do que nunca na terça-feira, às 15h30 Um caminhão-baú atravessado na mureta de proteção do Anel Rodoviário, no km 2, na altura do Bairro Buritis, Região Oeste de BH, fechou duas pistas de uma das vias estratégicas da capital durante uma horaO tempo foi suficiente para que o caos se instalasse nas ruas e avenidas e atravessasse a cidadeQuase sete horas depois, passando das 22h, alguns pontos ainda apresentavam retençãoPara chegar em casa, houve quem gastasse até quatro horas.
A fila no Anel Rodoviário nos dois sentidos se estendeu até depois das 19h, segundo a BHTransPara se livrar de um problema, o jeito foi tentar usar as avenidas Nossa Senhora do Carmo, Amazonas e Antônio Carlos
Para especialistas, situações como essas mostram que passou da hora de criar um plano de contingência, que permita avisar os motoristas sobre locais de retenção e orientá-los com antecedência para desviar“Nesses casos, deve haver uma resposta rápidaCaminhos diferentes devem ser programados para receber demanda maior”, afirma o mestre em transportes e consultor da Locale TT, Paulo Monteiro.
A BHTrans rebate, dizendo que tem, sim, um plano de contingência, baseado nos agentes de trânsito, nos semáforos (cujo tempo é reprogramado de acordo com a necessidade de fluidez nas vias) e nas câmeras de vídeo