Em meio aos recentes acidentes com mortes provocados pela imprudência de motoristas, muitos sob suspeitas de dirigir alcoolizados, um médico acusado de homicídio com dolo eventual, por provocar uma batida com cinco mortos durante um pega, pode ser preso ainda este mês. Condenado a 12 anos e 9 meses, Ademar Pessoa Cardoso, de 64 anos, é protagonista de um dos desastres de maior repercussão em Minas. Ele disputava um racha e provocou o acidente em 5 de abril de 1996, na MG-126, entre Mar de Espanha e Bicas, na Zona da Mata. O réu teve esgotados no Superior Tribunal de Justiça (STJ) todos recursos contra a sentença. Como isso, pode se tornar o primeiro caso no estado de alguém ir parar trás das grades para cumprir uma pena de homicídio doloso por crime de trânsito.
Do outro lado do processo estão os fazendeiros José Geraldo Carnaúba, de 80, e sua mulher Delizete, de 76, que já começam a acreditar na possibilidade de que depois de 16 anos a justiça será feita. Curiosamente, um misto de sentimento de vitória e tristeza para um casal que no dia 15 comemora 50 anos de casados, bordas de ouro, longe da filha, do genro, de duas netas e da tia-avó, que morreram na batida. A tragédia que marcaria a vida da família começou a ser desenhada em Mar de Espanha, quando Ademar e o empresário Ismael Keller Loth fizeram uma aposta de R$ 2 mil, em público, em que o vencedor seria o primeiro a chegar na vizinha cidade de Bicas.
A corrida, com Ademar ao volante de um Tempra e Ismael em uma Blazer, não teve vencedor, mas cinco pessoas perderam suas vidas. Os dois bateram no Fusca dirigido por Júlio César Ferreira Viana, então com 32 anos, sua mulher Adriana, de 31, as filhas Victória, de 2, e Theodora, com 7 meses, e ainda Isabel Benedicta, de 93 anos. Todos os ocupantes do Fusca morreram no local. Ismael, que foi condenado a 12 anos de prisão pelo crime, ainda aguarda julgamento de recurso.
MP quer pena para securitário
A redução da fiança concedida pela Justiça ao securitário Rodrigo de Oliveira Campos, de 26 anos, preso depois de provocar acidente com duas mortes e solto na noite da quarta-feira, não contou com o aval do Ministério Público. O promotor Francisco Santiago disse ontem que, tão logo receba o inquérito policial, vai denunciar Rodrigo por duplo homicídio e lesões corporais dolosos. “Não estou preocupado com fiança ou se o acusado será preso. O que espero é uma condenação exemplar. Quero ao encerrar minha carreira, ter a certeza de que contribui para combater esses absurdos de motoristas usando seus veículos como armas e, a cada fim de semana, ter famílias chorando a perda de seus entes”, disse Santiago.
Rodrigo de Oliveira responderá em liberdade por lesões corporais e pelas mortes do cadeirante Alcindo Pereira Souza, de 62 anos, e da mulher dele, Maria do Carmo Gomes de Souza, de 52, em acidente ocorrido em 6 de abril, na Rua Jacuí, Região Nordeste de Belo Horizonte. O filho do casal ficou gravemente ferido. Ontem, o sobrinho das vítimas, Enderson Chagas de Souza, de 48, afirmou que toda a família ficou indignada com a soltura do securitário, cuja fiança inicial, estipulada em R$ 50 mil, foi reduzida para R$ 16 mil. A delegada Cláudia Nacif, que cuida do caso, espera o retorno do inquérito da Justiça para finalizá-lo.
Do outro lado do processo estão os fazendeiros José Geraldo Carnaúba, de 80, e sua mulher Delizete, de 76, que já começam a acreditar na possibilidade de que depois de 16 anos a justiça será feita. Curiosamente, um misto de sentimento de vitória e tristeza para um casal que no dia 15 comemora 50 anos de casados, bordas de ouro, longe da filha, do genro, de duas netas e da tia-avó, que morreram na batida. A tragédia que marcaria a vida da família começou a ser desenhada em Mar de Espanha, quando Ademar e o empresário Ismael Keller Loth fizeram uma aposta de R$ 2 mil, em público, em que o vencedor seria o primeiro a chegar na vizinha cidade de Bicas.
A corrida, com Ademar ao volante de um Tempra e Ismael em uma Blazer, não teve vencedor, mas cinco pessoas perderam suas vidas. Os dois bateram no Fusca dirigido por Júlio César Ferreira Viana, então com 32 anos, sua mulher Adriana, de 31, as filhas Victória, de 2, e Theodora, com 7 meses, e ainda Isabel Benedicta, de 93 anos. Todos os ocupantes do Fusca morreram no local. Ismael, que foi condenado a 12 anos de prisão pelo crime, ainda aguarda julgamento de recurso.
MP quer pena para securitário
A redução da fiança concedida pela Justiça ao securitário Rodrigo de Oliveira Campos, de 26 anos, preso depois de provocar acidente com duas mortes e solto na noite da quarta-feira, não contou com o aval do Ministério Público. O promotor Francisco Santiago disse ontem que, tão logo receba o inquérito policial, vai denunciar Rodrigo por duplo homicídio e lesões corporais dolosos. “Não estou preocupado com fiança ou se o acusado será preso. O que espero é uma condenação exemplar. Quero ao encerrar minha carreira, ter a certeza de que contribui para combater esses absurdos de motoristas usando seus veículos como armas e, a cada fim de semana, ter famílias chorando a perda de seus entes”, disse Santiago.
Rodrigo de Oliveira responderá em liberdade por lesões corporais e pelas mortes do cadeirante Alcindo Pereira Souza, de 62 anos, e da mulher dele, Maria do Carmo Gomes de Souza, de 52, em acidente ocorrido em 6 de abril, na Rua Jacuí, Região Nordeste de Belo Horizonte. O filho do casal ficou gravemente ferido. Ontem, o sobrinho das vítimas, Enderson Chagas de Souza, de 48, afirmou que toda a família ficou indignada com a soltura do securitário, cuja fiança inicial, estipulada em R$ 50 mil, foi reduzida para R$ 16 mil. A delegada Cláudia Nacif, que cuida do caso, espera o retorno do inquérito da Justiça para finalizá-lo.