Um clima tenso tomou conta da Ocupação Eliana Silva, na Região do Barreiro, que está cercada por 400 policiais militares na manhã desta sexta-feiraSão 350 famílias acampadas desde 21 de abril numa área de 35 mil metros quadrados na Rua Perimetral, Bairro Santa RitaA juíza Luzia Divina de Paula Peixoto, da 6ª Vara de Feitos da Fazenda Pública Municipal determinou a reintegração de posse do terrenoA comunidade recorreu, mas a Polícia Militar (PM) e oficiais de Justiça foram ao local hoje para cumprir a ação de despejo
Militares cercaram o acesso ao terreno e não permitem a saída dos ocupantes, nem mesmo a entrada de outras pessoasSão agentes do 41º Batalhão, Grupamento de Ações Táticas Especiais (Gate) e Batalhão de ChoqueEquipes do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) também estão no local para atender feridos, em caso de confrontoAlguns militares ocuparam as matas no entorno do loteamento, fecharam a rua onde fica a entrada da comunidade e um helicóptero da PM sobrevoa a área o tempo todo
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O coronel do Gate, Marcelo Vladimir Corrêa, tenta negociar a saída das famílias, mas o clima é de resistênciaOs ocupantes alegam que a ação de despejo é irregular e se recusam a sairHá informações de pessoas presas por desobediência
Moradores montaram fogueiras dentro do terreno, queimaram pneus e gritam palavras de ordem e resistênciaPor enquanto, não houve enfrentamento mais grave, mas o coordenador do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas, Leonardo Péricles, questiona o exagero da PM na açãoMais cedo, ele declarou ao em.com que “está para acontecer um Pinheiro aqui em Belo Horizonte” se referindo à desapropriação do Bairro Pinheirinho, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, em São PauloNa época moradores acusaram da polícia paulista de violência
A expectativa agora é pelo resultado da negociaçãoHá informações de que a PM ofereceu aos ocupantes vagas em abrigos da capital, mas eles não abrem mão do terrenoSegundo coordenadores da ocupação, quase todas as famílias são cadastradas nos programas habitacionais da PBH há muitos anos, mas nunca receberam garantia ou previsão de quando as casas serão construídasOs ocupantes ainda informam que a prefeitura não apresentou documento comprovando que essa área do Barreiro pertence ao poder público municipal, por isso questionam a desapropriação